O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), afirmou, em entrevista ao Programa Jogo do Poder, da Rede CNT, no último fim de semana, que as eleições de 2018 fecham um ciclo da política brasileira. “Vivemos uma crise econômica e política das mais graves que o país já viveu, e, tanto o Congresso Nacional quanto o Poder Executivo, não representam mais o povo brasileiro. E este quadro nos conduziu ao derretimento de nossas instituições”, advertiu Goulart.
“O país vive a expectativa de uma mudança”, avaliou o pré-candidato. “O Congresso Nacional tem hoje mais de trezentos parlamentares investigados pela Lava Jato e foram eles que criaram um fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão, com dinheiro público, para garantir a sua permanência. Fizeram isso unicamente para usufruírem do foro privilegiado”, denunciou João Goulart. Ele destacou que “foram exatamente os grandes partidos que se beneficiaram de desvios que, agora, recebem mais de 70% dos recursos do tal fundo”.
Goulart Filho disse que há muitas diferenças entre o trabalhismo de Getúlio e de Jango e as posições do PT. “Nós passamos 15 anos no exílio porque propusemos um enfrentamento com o sistema financeiro na época, e que é necessário ainda hoje. O rentismo está sugando nossa economia. O PT, em certa maneira, compactuou com o sistema financeiro. Nunca os bancos ganharam tanto dinheiro como no período em que o PT governou”, afirmou Goulart.
Para ele “os ganhos sociais do governo Lula foram inegáveis, mas”, observou João Goulart, “a sua prisão se dá pela justiça brasileira”. “Se ela foi justa ou injusta, os recursos têm que ser feitos dentro da normalidade judicial”, argumentou. “O que eu não posso concordar é com a tese do PT de que a eleição sem Lula é fraude”, afirmou.
O filho e herdeiro político de Jango, observou, em sua explanação, que “o golpe de 64 não foi contra Jango. Foi contra um projeto de nação. Foi contra as reformas de base”. “A nação brasileira estava se encontrando, e as reformas de base, a reforma agrária, a limitação das remessas de lucros, o monopólio estatal do Petróleo, não só da extração como do refino, e tantas outras, representavam a construção dessa nação nova”, afirmou o pré-candidato.
“Nós estamos comprometidos em resgatar esse projeto de nação que foi interrompido. Nosso patrimônio, o patrimônio do Pátria Livre, não são malas de dinheiro correndo pelas ruas de São Paulo. Nosso patrimônio é a nossa história”, destacou o pré-candidato.
Perguntado sobre qual seria sua posição sobre a reforma trabalhista de Temer, João Goulart foi categórico. “Se nós chegarmos ao governo, vamos revogar essas reforma”. garantiu. “Direitos de trabalhadores não podem retroceder. Podemos avançar, mas nunca retroceder”, afirmou. “A lei de 8 horas, o 13º salário, que é do presidente João Goulart, foram conquistas do trabalhismo. Daqui a pouco vão querer flexibilizar o 13º salário. É um absurdo querer tirar direitos trabalhistas num momento tão difícil da vida dos brasileiros”, completou João Goulart.