O general Carlos Alberto dos Santos Cruz defendeu que os comandantes militares devem prestar continência ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e criticou o boato de que eles poderiam se afastar antes da posse para não ter que fazê-lo.
“Comando exige responsabilidade de ponta a ponta. Você é nomeado e tem que exercer sua função, tem que lidar com seus espinhos. Tem que prestar honras regulamentais, não interessa para quem seja. Isso é funcional”, defendeu o general que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência.
“Espero que prevaleça o entendimento de que não é pessoal, não tem sentido fazer uma interpretação pessoal. Não se faz isso na vida militar, você vai com o ônus e o bônus disso”, afirmou o militar em entrevista ao ICL Notícias, nesta terça-feira (6).
“Olha, eu vejo o seguinte, se você foi nomeado para ser comandante e você tem que exercer a sua função até o último dia”, disse Santos Cruz.
Após a confirmação da eleição de Lula, o general Santos Cruz defendeu um governo de união nacional. “Que o novo governo seja para todos os brasileiros”, afirmou o general. Ele apontou que deseja o “respeito às diferenças sem conflitos”.
O general, que foi aliado de Bolsonaro e depois rompeu com o governo, apontou também a necessidade do “aperfeiçoamento das instituições, com paz social, redução das desigualdades, apoio aos necessitados, honestidade, transparência e prestígio mundial”.
Em uma entrevista, ele voltou dizer que espera que o novo seja de união nacional. “A expectativa é que ele [Lula] tenha uma visão social maior. E precisa de um governo de união nacional. O discurso após a eleição foi muito bom. Começou com um ponto da união nacional, de ser presidente para todo mundo. Isso é fundamental. A expectativa é que seja um governo que diminua o conflito. O Brasil está cansado”, disse o general Santos Cruz.
E rejeitou os pedidos de golpe por parte dos bolsonaristas.
“Ir para frente dos quartéis é um problema de manipulação da população, com a ideia de que precisamos de uma intervenção militar para salvar o Brasil. É uma ideia que o governo vem tentando, ao se confundir com a instituição militar desde o início, falando ‘minhas Forças Armadas’, ‘o meu exército’. Isso vai criando um ambiente que Forças Armadas são a salvação. Salvação é o povo e suas instituições”, declarou.
Na semana passada, Santos Cruz se desfiliou do Podemos.
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