“Esse cidadão, até agora, não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando”, destacou o presidente eleito
O presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou a atitude de Bolsonaro pelos distúrbios ocorridos em Brasília na última segunda-feira (12). “Esse cidadão continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua”, enfatizou Lula, durante a cerimônia de encerramento dos trabalhos do gabinete provisório, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
“Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema direita que não existe só no Brasil. Esse grupo veio para negar. Veio em nome de defender os costumes, a família, e o que mais fazem é negar as coisas da própria família”, acrescentou o presidente eleito.
Lula afirmou que Bolsonaro estimula essas reações destemperadas pelo fato dele ainda não ter aceito o resultado das eleições. “Ele está mostrando o que é, agora. Eu perdi três eleições e, nas três, voltei para casa, lamentei, chorei, me preparei para ganhar a próxima (…) E todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem tinha ganho, e cumprimentei o vitorioso”, destacou.
“Esse cidadão, até agora, não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem (segunda-feira), ele recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada. Ele tem de saber que o Palácio da Alvorada é patrimônio público, aquilo não é dele, não é da mulher dele, não é do partido dele”, denunciou.
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino foi contundente na afirmação de que os culpados serão punidos. “Em 1º de janeiro, tudo aquilo que não pôde ser feito nesses 15 ou 20 dias (até a posse) será feito. Não é apenas uma orientação política, democrática. É um imperativo da lei”, sustentou. Segundo ele, “absolutamente todos” os envolvidos nos atos de vandalismo estão sendo identificados e investigados”, disse ele na solenidade.
Na noite de segunda-feira, fanáticos bolsonaristas atearam fogo em carros e ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal, após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, financiado por ruralistas para realizar atos golpistas. A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PM do DF conseguiu dispersar os baderneiros apesar de, estranhamente, não ter feito nenhuma prisão.
Flávio Dino afirmou que o Governo do Distrito Federal (GDF), “apesar das dificuldades, está atuando na contenção e responsabilização dos envolvidos”. Até o momento, porém, não ocorreram prisões, mas o governo eleito indica que haverá ações duras contra os criminosos assim que a nova gestão tiver início.