“Vamos começar hoje mesmo a articulação para derrubar o veto e derrotar o higienismo fascista!”, anunciou Orlando Silva em suas redes sociais
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) disse nas redes sociais que já começou a articulação com parlamentares para derrubar o veto de Jair Bolsonaro à lei contra a arquitetura hostil, chamada de Lei Padre Júlio Lancellotti.
O veto de Jair Bolsonaro foi publicado no Diário Oficial da União na quarta-feira (14) e diz que a lei “contraria o interesse público”.
“Vamos começar hoje mesmo a articulação para derrubar o veto e derrotar o higienismo fascista!”, anunciou Orlando Silva em suas redes sociais.
O Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, disse que o veto de Bolsonaro é “aporofobia em ação”, referindo-se ao ato de hostilizar os mais pobres. “Vamos lutar para que o veto seja derrubado. A luta continua”.
A lei impede a arquitetura hostil, como “espetos pontiagudos, pavimentações irregulares, pedras ásperas, bancos sem encosto, jatos d’água, cercas eletrificadas ou de arame farpado e muros com cacos de vidro”, em espaços públicos.
Bolsonaro, que praticamente zerou a verba para construção de moradias populares durante seu governo, prefere que as pessoas em situação de rua não consigam sequer se esconder da chuva.
O veto presidencial diz que a lei “contraria o interesse público” por “interferir na função de planejamento e de governança locais da política urbana ao definir as características e as condições a serem observadas para a instalação física de equipamentos e de mobiliários urbanos”.
Orlando Silva já chamou essa alegação de “crueldade brutal”. “Imagine colocar formações pontiagudas embaixo de um viaduto para impedir que pessoas possam se deitar ali”.
“Ninguém está em situação de rua por querer, sobretudo com a atual crise econômica e social”, continuou.
Durante o governo Bolsonaro, a pobreza aumentou e levou mais famílias para situação de rua.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, mais de 31 mil pessoas estão vivendo nas ruas da cidade em 2022, enquanto esse número era de 24 mil em 2019. O aumento foi de 31% em dois anos.
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