“O presidente [Lula] me pediu e me orientou que eu traga o Brasil de volta à cena internacional”, afirmou Mauro Vieira
O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quarta-feira (14) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que a política externa do próximo governo tenha como foco trazer o Brasil de volta à cena internacional.
“O presidente [Lula] me pediu e me orientou que eu traga o Brasil de volta à cena internacional”, afirmou em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
“Será uma política de reconstruir pontes. Em primeiro lugar, com nossos vizinhos sul-americanos. Em seguida, que também é nosso ambiente próximo, a América Latina em geral. Ele também pediu que eu retomasse todos os programas de cooperação com a África”, acrescentou.
Segundo o futuro chanceler, o governo eleito vai avaliar se mantém as discussões sobre a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“É um processo que já vem, que está adiantado. Vamos avaliar. Eu tenho certeza que há pontos muito positivos, importantes, que serão examinados e avaliados. Eu terei reuniões ainda sobre esse aspecto”, comentou.
Vieira citou também um reforço nas relações com os principais aliados comerciais, os Estados Unidos, a China e a União Europeia.
“Nós queremos com esses países ter uma relação intensa, produtiva, mas equilibrada, uma relação soberana”, disse.
Mauro Vieira adiantou que as primeiras viagens de Lula após tomar posse devem ser para os Estados Unidos e à China, já nos primeiros três meses de governo. Lula também pretende participar da reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) na Argentina, onde também deve realizar reuniões bilaterais com o país vizinho.
Ele informou ainda que o Brasil pretende voltar a órgãos que tinham sido “abandonados” durante o governo Bolsonaro, como a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
“Teremos uma volta a esses organismos, mas com um olhar novo, pois o mundo mudou. Teremos um olhar novo, construtivo, sempre baseado na solidariedade com os países latino-americanos e visando a cooperação entre países em desenvolvimento”, afirmou.
O futuro chanceler confirmou a intenção de sugerir a realização da próxima convenção do meio ambiente das Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2025, no Brasil – desejo manifestado por Lula ao participar da COP 27 no Egito.
“Vamos tomar, a partir de 1º de janeiro, as medidas para que o Brasil seja o país-sede”, disse.