“É uma tragédia o que está acontecendo com a indústria petroleira nacional. A Pemex é das empresas mais saqueadas do mundo por traficantes de influência, por políticos corruptos”, declarou Andrés López Obrador (AMLO ), candidato a Presidência do México pela coalizão Juntos Faremos História – integrada pelo movimento Morena, Partido do Trabalho e Encontro Social.
“Estou absolutamente convencido de que privatizar o petróleo é trair a Pátria. É preciso chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome”, acrescentou.
“O México e seu povo não vão ser massa de manobra de nenhum governo estrangeiro”, assegurou AMLO, exigindo respeito do presidente estadunidense Donald Trump, que ameaçou por o exército americano na fronteira, eliminar um acordo comercial, reprimir os imigrantes e, para isso, levantar um muro entre ambos países.
“Reiteramos que os problemas sociais não se resolvem com muros nem com a militarização da fronteira, mas com desenvolvimento e bem-estar”, frisou, reafirmando seu compromisso de acabar com a corrupção, a impunidade e defender a soberania do país.
López Obrador, candidato nas eleições que serão realizadas no próximo 1º de julho, tem 49% das intenções de voto, segundo a última pesquisa nacional realizada pela consultora Varela y Asociados, publicada na terça-feira, 26 de junho. Em matéria na revista Proceso, ele sublinhou que seu compromisso é suspender a entrega a multinacionais dos campos petrolíferos em terra e águas rasas, assim como toda ação que implique na privatização petroleira e elétrica.
Além disso, reiterou sua determinação de “deixar de comprar gasolinas no estrangeiro. Isso será assim porque serão reabilitadas as seis refinarias existentes, paralisadas por uma política antinacional, e serão construídas outras duas grandes”. Disse que estas últimas serão edificadas, uma na localidade de Atasta, município de Carmen, Estado de Campeche, e a segunda no porto Dos Bocas, em Paraíso, Estado de Tabasco. “Não vamos mais vender petróleo cru ao estrangeiro. Vamos processar toda a matéria prima em nosso país para baixar o preço dos combustíveis”, enfatizou. López Obrador destacou que não existe nenhuma justificativa para que a gasolina esteja mais cara que nos Estados Unidos, e inclusive do que em outros países, como a Guatemala, que não tem petróleo.
O México realizará uma eleição que está sendo qualificada pelos observadores como a maior da história. Serão eleitos o presidente, 128 senadores, 500 deputados, 9 governadores estaduais, incluído o prefeito da Cidade do México, 928 deputados estaduais em 27 Assembleias regionais, e milhares de cargos locais. 90 milhões de mexicanos têm direito a se pronunciar em um total de 150.000 urnas eleitorais.
A coordenação da coalizão Juntos Faremos História alertou para a violência que tem se abatido sobre as eleições. Ao menos 132 políticos foram assassinados no país desde o dia 8 de setembro de 2017, quando começou a campanha.
O diretor do Centro de Informação da ONU para o México, Cuba e República Dominicana, Giancarlo Summa, assim como Organizações da Sociedade Civil (OSC), que integram o Fundo de Apoio à Observação Eleitoral (FAOE), advertiram que a violência política atingiu níveis nunca antes vistos e representa um dos desafios que o país enfrenta no processo eleitoral.