Vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição enviou um ofício ao Ministério da Economia com essa reivindicação
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), enviou um ofício ao Ministério da Economia pedindo que os processos de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e de concessão do metrô de Belo Horizonte sejam adiados e decididos pelo próximo governo.
Alckmin, que já foi governador do Estado de São Paulo, argumentou que os próximos passos dessas ações teriam que ser dados pelo próximo governo, assim como as consequências aconteceriam somente nos próximos anos. Por isso, o melhor seria que o governo eleito decida sobre o tema.
A avaliação final sobre o leilão, portanto, deve acontecer pelo governo que se inicia em janeiro, “sob pena de risco da segurança jurídica e do interesse público, com potencial significativo de prejuízo para o serviço público e para os potenciais interessados”, disse Alckmin no documento.
O leilão que envolve a parte mineira da CBTU e o metrô de Belo Horizonte está marcado para a quinta-feira (22).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aliado de Jair Bolsonaro, ficou incomodado com a posição de Geraldo Alckmin e enviou uma carta defendendo a privatização do serviço público.
Zema alegou que somente o investimento privado pode trazer a expansão do metrô de BH. “Me parece que tem gente tentando evitar que aconteça [a expansão]. Mas estamos confiantes de que, nesta quinta-feira, 22, lá na B3, em São Paulo, o leilão será realizado com êxito”, disse.
Os metroviários de Belo Horizonte, funcionários da CBTU, entraram em greve contra a demissão em massa, pela suspensão da privatização e contra o aumento dos preços no transporte público.
“Os constantes aumentos, quase se equiparando com o péssimo serviço prestado pelas empresas privadas de transporte coletivo rodoviário, se deram a partir do momento em que o governo federal decidiu que privatizaria a empresa com a justificativa de que dava prejuízos e que deveria passá-la ao setor privado que visa lucros”, argumenta o sindicato.
“O metrô está para ser entregue por um valor irrisório de aproximadamente 19 milhões, quando o seu patrimônio já foi avaliado pelo BNDES em mais de 900 milhões. Portanto, seria praticamente uma doação. Isso é uma completa irresponsabilidade com os bens públicos que servem à população”, continuou.