A vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, foi nomeada por Lula como ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações e afirmou que “a Ciência vai voltar a ser prioridade neste país”. Será a primeira mulher a assumir o cargo.
“É uma honra – um trabalho que assumo com muito compromisso e com muita disposição”, disse Luciana, que será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Depois de quatro anos de negacionismo, a Ciência vai voltar a ser prioridade neste país”, apontou.
Luciana Santos já foi prefeita de Olinda por dois mandatos, deputada estadual e deputada federal. Na Câmara dos Deputados, foi membro da Comissão de Ciência e Tecnologia. Foi secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco no governo Eduardo Campos (2009 a 2010).
A líder do PCdoB também foi a primeira mulher a ser vice-governadora de Pernambuco. Ela é formada em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e teve sua trajetória de lutas iniciada no movimento estudantil, tendo sido dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
O anúncio aconteceu nesta quinta-feira (22), dia em que Lula também recebeu o relatório final do Gabinete de Transição.
O documento registra que durante o próximo governo deverá recompor os sistemas de fomento da Ciência e Tecnologia e abrir espaço para diálogo entre o governo federal e as entidades representativas, visto a destruição do setor que foi causada nos últimos quatro anos.
No governo Bolsonaro “o sistema federal de fomento da área de Ciência e Tecnologia entrou em virtual colapso”, aponta o relatório.
Em 2010, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações tinha R$ 11,5 bilhões de recursos discricionários, valor que caiu para R$ 2,7 bilhões em 2021, com Bolsonaro. A verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) caiu, no mesmo período, de R$ 5,5 bilhões para R$ 1 bilhão.
A presidente da UNE, Bruna Brelaz, parabenizou Luciana Santos pela indicação e falou que “vamos juntos reconstruir nosso país, em defesa da nossa soberania. Conte com os estudantes”.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) felicitou a futura ministra e disse que os pós-graduandos “esperam ver atendidas importantes reivindicações para a valorização da pesquisa científica, como a ampliação dos investimentos, liberação do FNDCT, reajuste das bolsas de estudo e combate à fuga de cérebros”.
“A ANPG se coloca à disposição para o diálogo e para o convencimento necessário para avançarmos”, completou a entidade.