O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), para o Ministério da Educação e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, para o Ministério da Saúde.
Camilo Santana afirmou que o foco definido por Lula será a educação básica, que engloba desde a educação infantil até o ensino médio.
Segundo ele, a escola em tempo integral, que foi um tema tratado por Lula durante a campanha presidencial, “tem um papel importante” para o desenvolvimento da educação brasileira.
“Além de dar oportunidade para nossos jovens e para crianças, é uma forma também de diminuir a violência, garantir a proteção dessa juventude”, apontou o futuro ministro.
Camilo, que foi eleito senador pelo Ceará, disse que vai liderar o Ministério da Educação “com muito diálogo, quero estar de mãos dadas com Estados e municípios, num grande pacto nacional pela educação, para recuperarmos o tempo perdido, sobretudo na educação básica”.
“Só acredito no crescimento de um país, de forma justa e sustentável, quando a educação é tratada como prioridade absoluta, com mais oportunidade para os jovens”, continuou em publicação feita em seu Twitter.
O Estado do Ceará, que foi governado por Camilo Santana entre 2015 e 2022, é um dos melhores nos índices que medem a educação pública do país. Das dez melhores escolas públicas, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), todas são cearenses.
No governo Bolsonaro, o Ministério da Educação foi utilizado como base de propaganda ideológica, tendo à frente seguidores do falecido astrólogo Olavo de Carvalho, e de corrupção.
O ex-ministro Milton Ribeiro foi demitido depois de ter sido flagrado negociando a indicação de verbas públicas para cidades que pagassem propina para dois pastores evangélicos que são seus amigos.
SAÚDE
Nísia Trindade, a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que será a primeira mulher a dirigir o Ministério da Saúde, afirmou que o “foco prioritário” nos próximos anos será atender as “áreas de vazios assistenciais” através de mutirões.
Ela informou que vai buscar “usar todo o potencial do SUS, com os seus serviços próprios, a área que envolve os hospitais filantrópicos, que respondem a 50% das internações do SUS, e também o setor privado para um grande esforço no sentido de colocarmos critérios, indicarmos e sinalizarmos os encaminhamentos de prioridade para a regulação, dando transparência a esse processo”.
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde foi um centro de negacionismo, tanto contra as vacinas, como contra o distanciamento social. 692 mil brasileiros morreram de Covid até hoje.
O atual ministro, Marcelo Queiroga, assumiu o cargo substituindo o general da reserva, Eduardo Pazuello, que disse sair com sua “missão cumprida”, após quase um milhão de brasileiros terem perdido a vida no confronta com a Covid-19.
Pazuello, no Ministério, teve um papel fundamental na disseminação do coronavírus no Brasil e na morte de centenas de milhares de brasileiros.