
Segundo o novo presidente, “a perda mais considerável foi o turno de seis horas, conquistado na greve de 1988 e que passou a fazer parte da Constituição brasileira. Custou a vida de três companheiros. E eles, da antiga diretoria, venderam o turno de seis horas”
Edimar Miguel, desde o dia 13 de dezembro, é o novo presidente do sindicato dos metalúrgicos do Sul Fluminense, que engloba uma das maiores siderúrgicas nacionais: a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), com 11 mil operários, em Volta Redonda, além do polo automotivo de Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis. Para o novo presidente, “o trabalhador vai ter de volta sua honra e sua dignidade”.
Edimar derrotou nas urnas e na Justiça o consórcio que há trinta anos revezava a Força Sindical e a CUT na diretoria do Sindicato. Na sua palavra, “as perdas são incomensuráveis, foram 30 anos perdendo direitos”.
Segundo o presidente, “a perda mais considerável foi o turno de seis horas, conquistado na greve de 1988, que está na Constituição Cidadã, em seu art. 7, inciso XIV, que custou caro. Custou a vida de três companheiros”. “Eles, da antiga diretoria, entregaram o turno de seis horas”, denunciou. Hoje o turno é de 8 horas.
ENTRARAM PARA HISTÓRIA
Há mais de três décadas (precisamente 34 anos), na tarde chuvosa de 9 de novembro de 1988, num confronto desproporcional, o Exército e a Polícia Militar do Rio de Janeiro invadiram a Usina Presidente Getúlio Vargas, na cidade de Volta Redonda. A usina estava ocupada por mais de seis mil trabalhadores em greve. O Episódio entrou para a história como “o Massacre de Volta Redonda”. São mártires, eternizados pela categoria os metalúrgicos Willian, Valmir e Barroso. Na desocupação, mais de 100 metalúrgicos saíram feridos.

“O pessoal quer de volta plano de saúde nacional, trocado, de forma obscura, durante a pandemia, por um plano local, muito inferior, no momento em que o trabalhador mais precisava de apoio”, ressaltou o sindicalista.
“A CSN não paga horas extras”, denunciou Edimar. “Fizeram um banco de horas que o trabalhador tem até seis meses para compensar. Quando a empresa está sem produção, manda o trabalhador para casa. Queremos o pagamento de 50% a mais nas horas extras”, defendeu o sindicalista.
O líder sindical relatou que a empresa mantinha “a 3ª melhor escola técnica do Brasil, a Pandiá Calógeras. Hoje, nem se houve mais falar dela, foi esquecida”, lamentou.
Edimar afirmou ainda que “é uma vergonha que numa das maiores empresas do país, uma empresa grau de risco 4, a maioria dos trabalhadores receba menos de R$ 1.000 líquido. A CSN paga menos que o comércio local”, disse.
NOVA ESPERANÇA
Edimar avalia que “com a eleição de Lula se descortinou uma nova esperança no horizonte para os trabalhadores brasileiros”. Afirmou que “coincidência ou não, aqui em Volta Redonda também tivemos a nossa luz no fim do túnel”.
Para Edimar, “o problema mais urgente que Lula tem que enfrentar é a carestia”. “A inflação está amassando ainda mais o poder aquisitivo do povo. Os reajustes que conquistamos não conseguem acompanhar a carestia. A consequência é que milhões de brasileiros voltaram à linha da miséria”. Para o novo presidente, “outra crueldade que Lula precisa resolver são as novas leis previdenciárias que prejudicam a aposentadoria e a revogação da reforma trabalhista”, concluiu.
CARLOS PEREIRA
Sindicato forte com a categória apoiando para reaver nossos direitos nao perdido mas arrancado de forma cruel pela gamancia do homem , que nao sela por principios atual diretoria foi eleita para junto com o
trabalhador da um basta nessas arbitrariedade .