
Portando faixas e cartazes, representantes dos trabalhadores da Eletrobrás estão mobilizados, na altura do hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Brasília, pedindo a reestatização da empresa.
“Recentemente o presidente Lula pediu que fosse pressionado para que pudesse agir, trabalhar. É isto que estamos fazendo”, afirmou o coordenador nacional do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Nailor Gato.
O dirigente do CNE afirma que “a Privatização da Eletrobrás foi um jogo de cartas marcadas”. Segundo ele, “de lá pra cá a empresa registrou prejuízo e perdeu os recentes leilões de transmissão da ANEEL. De novidade mesmo só a imoralidade dos super salários da alta direção. Temos caminhos muito viáveis para reestatizar e vamos seguir pressionando. Não vamos desistir da luta”, disse.
No início deste mês, o CNE, que congrega 34 sindicatos, 7 federações e 4 associações que representam os 12 mil trabalhadores da Eletrobrás em todos os estados da Federação, se reuniu com o gabinete de transição do governo Lula e entregou documento diagnosticando as consequências da abertura de capital da Eletrobrás, que mantém 40% sob controle da União após a venda de ações na Bolsa de Valores de São Paulo.
Após receber e estudar o relatório, o grupo de Minas e Energia do grupo de transição passou a analisar a “viabilidade econômica, jurídica e política da adoção de medidas que permitam que a União tenha direito a voto proporcional ao número de ações ordinárias” da Eletrobrás.
O relatório do GT de Minas e Energia diz ainda que “inquieta e deve ser foco de atenção a perda por parte da União da possibilidade de influenciar os rumos da Eletrobrás”.
Conforme a também coordenadora do CNE, Fabíola Antezana, “a conta da desregulação no setor elétrico é sempre paga pelo consumidor e impacta na inflação, no desempenho da indústria, no consumo das famílias. Nesse sentido, é preciso desfazer alguns nós, como a descotização de usinas e contratação de térmicas oriundas da privatização da Eletrobrás. O controle do setor elétrico deve ser devolvido ao povo brasileiro”, defende.