O novo ministro da Justiça pregou também o fim do que chamou de “liberou geral de armas”
O ex-governador do Maranhão e senador eleito, Flávio Dino tomou posse no Ministério da Justiça início da tarde desta segunda-feira (2). Em seu discurso, Dino elencou as diretrizes que irão orientar seu trabalho. Ele pregou a paz e o desarmamento e ao mesmo tempo também afirmou que a solução dos casos ainda abertos é uma prioridade, e exemplificou com o assassinato da vereadora Marielle Franco.
“Saúdo Marielle e a sua família aqui presente. Eu disse à ministra Anielle [Franco] e à sua mãe que é uma questão de honra do estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e cabíveis, e assim o fará, para que esse crime seja desvendado definitivamente e nós saibamos quem matou Marielle e quem mandou matá-la naquele dia no Rio de Janeiro”, disse Flávio Dino.
“Atos terroristas, crimes contra o Estado democrático de direito, incitação de animosidade entre as forças armadas e poderes constitucionais e as instituições civis são crimes políticos, gravíssimos, inafiançáveis, imprescritíveis e estarão permanentemente sobre a mesa do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, declarou o ministro da Justiça.
“Não há dúvida que nesses dias mais recentes da nossa pátria se tornou necessário acentuar que o extremismo não deve ter lugar no nosso país, que a ponderação e o caminho principal. Ponderação não significa leniência nem conivência nem omissão nem fechar os olhos em relação ao que aconteceu”, prosseguiu.
O novo ministro da Justiça também pregou o fim do que chamou de “liberou geral de armas”. Dino agradeceu ao STF por garantir as eleições. “Minhas primeiras palavras são de saudação à senhora chefa do poder judiciário do Brasil, ministra Rosa Weber. Saúdo o poder do Estado sem o qual esse momento não estaria ocorrendo, posto que foi o judiciário brasileiro que garantiu o Estado Democrático de Direito numa hora tão difícil.”, destacou.
Estavam presentes à posse de Flávio Dino os presidentes dos Tribunais Superiores e autoridades do Maranhão. Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão; Eliziane Gama (Cidadania), senadora pelo Maranhão; Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal; Lelio Bentes, presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho); Maria Thereza de Assis Moura, presidente STJ (Superior Tribunal de Justiça); Rosa Weber, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal); João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba.
Na plateia, ainda estava o ministro do Ricardo Lewandowski e a governadora Fátima Bezerra (PT-RN), além de outros ministros do governo Lula. Ibaneis Rocha disse acreditar que esse será um “bom governo”. Dino foi um dos novos ministros que esteve mais próximo a Ibaneis nas últimas semanas para tratar sobre os detalhes da posse e sobre as ameaças dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sobre o governo, Rocha falou sobre paz: “Vamos tratá-lo com muita paz, muita harmonia. Certamente será um bom governo”, disse.
Flávio Dino tem 54 anos, é advogado e professor. Foi deputado federal pelo Maranhão em 2007, quando era filiado ao PC do B, presidente da Embratur de 2011 a 2014 e governador do Maranhão, de 2015 e 2022. Em junho de 2021, mudou para o PSB. Disputou a eleição ao Senado em 2022 e foi eleito com 62,41% dos votos válidos no Estado.