
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais organizou na última quinta-feira, 28/06, uma Audiência Pública da Comissão de Segurança Pública para discutir os prejuízos e a falta de repasses do Governo do Estado ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM) e ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Os servidores mineiros vêm sofrendo com a falta ou parcelamento dos salários desde 2016, quando o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), definiu o parcelamento do salário de todos os servidores em três vezes.
A medida afetou os servidores ativos e principalmente os inativos, que sempre recebem as menores parcelas ou são os últimos a receber a quitação dos pagamentos. Depois, no final do ano passado as parcelas começaram a atrasar, e este ano chegaram ao cúmulo de dividirem a primeira em três – novamente com prejuízo maior dos aposentados.
O Sindpol/MG (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais) fez parte da mesa de discussão da Audiência, ressaltando que o que vem acontecendo com o IPSM é “vergonhoso”. Segundo o assessor de assuntos dos aposentados do Sindpol/MG e investigador de polícia aposentado, Vinícius Magno Faedda, “você chega no Ipsemg, aguarda 7 horas na fila de desistência, para após esse tempo pegar uma senha para esperar mais um tempo por atendimento. Na maioria das vezes você fica horas nessa fila e não há desistência”, explicou.
Ele ainda apontou para outro problema de repasses, neste caso com empréstimos consignados: eles são descontados na folha de pagamento do servidor, mas o Governo retém esse dinheiro e não repassa aos bancos – o resultado é que as Instituições financeiras estão colocando o nome dos servidores no SPC/Serasa. “Um abuso e absurdo o que esse desgoverno tem feito com os servidores públicos de Minas Gerais”, finalizou Faedda.
Para a presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (SISIPSEMG), Maria Abadia de Souza, também presente na audiência, a situação é caótica, principalmente com o atraso no pagamento dos prestadores de serviço. “O atraso no repasse prejudica o funcionamento do Ipsemg, temos uma ala inteira fechada por falta de servidores e investimentos. Pagamos contribuição e co-participação, esse dinheiro deveria ser investido no Instituto”, afirmou.
Abadia fez questão de cobrar o pagamento em dia para os servidores e melhoria nas condições de trabalho: “Estamos recebendo parcelado e trabalhando com um número reduzido de servidores. Não podemos aceitar o modo como o IPSEMG vem sendo tratado. Precisamos de uma reestruturação e da devolução imediata da nossa autonomia financeira”, finalizou.
Durante a audiência, os presentes criticaram a ausência dos secretários de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, e de Fazenda, José Afonso Bicalho, além do diretor-geral do IPSM, coronel Vinícius Santos, que foram convocados pela comissão.