
Nos últimos cinco anos, 90% das universidades federais sofreram uma redução no custeio que chega a 28,5% em média, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Os cortes atingiram em cheio as instituições que viram seus repasses sendo cortados para o pagamento de contas de luz e água, obras, manutenção, bolsas e pagamento de funcionários terceirizados. Com os cortes, os valores de 2017 foram inferiores aos de 2013. São os chamados gastos “não obrigatórios”, que estão à mercê das vontades do governo federal de repassar ou não os valores.
Segundo os dados do MEC, fornecidos ao G1, os cortes começaram em 2014, quando a então presidente Dilma anunciou um orçamento previsto de R$ 9,015 bi. Porém, desse número somente foi empenhado, isto é, efetivamente entregue às Universidades, R$ 7,783 bilhões. O corte, ou, nas termos do governo Dilma, contingenciamento de gastos, foi de mais de R$ 1,2 bi, ou 13,67% do previsto. Em 2015, o corte foi ainda maior. O orçamento previsto foi de R$ 8,894 bi, no entanto, o empenhado foi de R$ 6,851 bi. Uma queda de R$ 2,043 bilhões. Em 2016, o empenhado teve um aumento, passando para R$ 7,337 bi, mas no ano seguinte, o valor voltou a ser reduzido ao menor patamar desde 2011: R$ 6,194 bi.
Nesta realidade, as Universidades se encontram completamente esmagadas financeiramente. Para manter-se dentro do orçamento, são obrigadas a dispensar serviços terceirizados, encerrar programas de bolsas de permanência e de iniciação cientifica estudantil, economizar gastos em energia elétrica, entre várias outras situações.
Além disso, o aumento de vagas e crescimento do número de matrículas foi prejudicado. Um primeiro ataque realizado por Dilma contra o crescimento das Universidades foi o corte no financiamento do Reuni (Programa de Apoio à Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). No momento em que a tentativa de crescimento de vagas foi tomada à frente pelas próprias Universidades, o orçamento empenhado passou a diminuir. Em média, de 2010 a 2013, o número de vagas cresceu 6,5%, enquanto de 2013 a 2016, somente 1,85%.
A queda de 28,5% foi uma média. Algumas muito importantes, como Universidade de Brasília (UnB), de 2011 para 2017, sofreu perdas 52,1% (R$ 174 milhões). Ou a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), que perdeu, de 2013 a 2017, 51,1% (R$ 73,6 milhões) deste orçamento.