Após os ataques golpistas, governadores que apoiaram Bolsonaro durante as eleições condenaram os ataques terroristas em Brasília neste domingo (8). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que pediu votos para Bolsonaro nas eleições, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), e o governador do Paraná, Ratinho Jr, condenaram a invasão do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, bem como a depredação dos prédios públicos.
Tarcísio de Freitas disse que os golpistas “perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos”, porém, chamou os terroristas bolsonaristas de “manifestantes”.
No Twitter, disse ainda que coibirá atos golpistas em São Paulo: “Para que o Brasil possa caminhar, o debate deve ser o de ideias e a oposição deve ser responsável, apontando direções. Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP!”, afirmou.
Nesta segunda-feira, bolsonaristas bloquearam a Marginal Tietê em apoio aos golpistas em Brasília.
Para o governador do Rio, Cláudio Castro, “atitudes como essas mancham a imagem do Brasil”.
“Reitero meu compromisso com a ordem democrática – hoje e sempre. Seremos enérgicos contra toda e qualquer manifestação que não respeite os patrimônios público e privado, e o direito de ir e vir dos cidadãos do Rio de Janeiro”, iniciou Castro em uma publicação no Twitter.
“Em um ambiente democrático, as cenas que vemos em Brasília são inadmissíveis. Atitudes como essas mancham a imagem do Brasil e não contribuem em nada para o nosso futuro. Manifestações pacíficas fazem parte da democracia, vandalismo não!”, finalizou.
Horas depois, Castro voltou à rede social e disse: “Há pouco, designei que as Polícias Militar e Civil reforcem a segurança em prédios públicos, além de colocar mais agentes em prontidão. Reitero meu compromisso com a ordem democrática. O RJ será firme na defesa dos princípios que devem nortear uma nação e o Estado de Direito”.
Romeu Zema publicou no Twitter que “em qualquer manifestação deve prevalecer o respeito” e chamou os terroristas de “manifestantes”.
“Em qualquer manifestação deve prevalecer o respeito. É inaceitável o vandalismo ocorrido hoje em Brasília. A liberdade de expressão não pode se misturar com depredação de órgãos públicos. No final, quem pagará seremos todos nós”, disse Zema.
Nesta segunda, Zema voltou a se pronunciar e disse: “A Polícia Militar intensificou a proteção dos prédios das instituições públicas em Minas. O mesmo está sendo feito nos veículos de imprensa. Vamos garantir que a democracia prevaleça com respeito e liberdade, sempre na forma da lei”.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), se manifestou por meio de rede social: “Ações desta natureza são inadmissíveis e atentam contra a democracia e o estado de direito. Somos a favor da paz e do respeito”. Ele colocou o estado à disposição do Ministério da Justiça.
No Twitter, o governador escreveu: “Repudio profundamente os atos de violência e os distúrbios acontecidos hoje, no planalto e no STF, na capital do país. Acredito na democracia, em um Brasil unido, livre e em paz”.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias. A decisão foi proferida no início da madrugada de hoje.
Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que a decisão de Moraes é “necessária e indispensável ao restabelecimento da normalidade institucional”.
Na decisão, Moraes aponta o descaso e a conivência do governo Ibaneis com a organização dos atos golpistas, mencionando diretamente o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, exonerado do cargo, depois de ter sido ministro da Justiça de Jair Bolsonaro até o final de 2022. Segundo Moraes, a responsabilidade de Torres está sendo investigada em uma apuração separada.
Com o afastamento de Ibaneis, assumirá a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).