Milhares de manifestantes tomaram as ruas de 39 cidades da Rússia no último domingo contra a proposta do governo do premiê Dmitry Medvedev de aumentar a idade da aposentadoria em cinco anos para os homens – de 60 para 65 anos – e em oito anos para as mulheres, de 55 para 63 anos. Caso a medida fosse aprovada, denunciam, em regiões como a Sibéria – em que a expectativa de vida é de 55 anos – ou Tira, onde é de 64,4 anos – homens e mulheres morreriam sem sequer poder usufruir do direito. Em média, os homens russos vivem dez anos a menos do que as mulheres, 66,5 anos, enquanto as russas geralmente vivem em torno de 77 anos.
Conforme o primeiro-ministro Medvedev, o objetivo é reduzir enormemente as transferências do orçamento federal para este importante benefício social até 2030, enxugando em 638 bilhões de rublos (10 bilhões de dólares), ou seja, diminuindo o investimento na área de 2,5% para 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Apesar de um começo tardio neste tema”, declarou Medvedev, o governo se propõe a introduzir um período de transição que inicie em 2019 “para aumentar, passo a passo, a idade de aposentadoria até os 65 anos para os homens em 2028, e até os 63 anos para as mulheres em 2034”.