
A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que o plano de segurança elaborado para a manifestação de bolsonaristas radicais, que acabou em vandalismos e depredação nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no último domingo (8), sofreu “atos de sabotagem” das forças de segurança locais.
Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), advogados do governador afastado alegaram que agentes agiram com “conivência” e “colaboração” com os manifestantes golpistas e acusaram policiais de terem cometido “deserção”.
A peça foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, que afastou Ibaneis do cargo por 90 dias, por considerar que ele foi omisso na preparação do esquema de segurança do protesto.
De acordo com informações da Agência O Globo, os advogados admitem que a primeira impressão é de que houve “aparente falta de preparação para os atos anunciados”, mas argumentam que “diversos agentes aos quais incumbiam a execução do protocolo de ação seguiram pela inaceitável e criminosa linha da conivência e da colaboração com os grotescos atos terroristas, tudo à revelia do que havia sido previamente alinhado”.
Segundo eles, “a manifestação golpista promovida foi possível por causa da operação de sabotagem nas forças de segurança locais”, e também houve “deserção dos postos por parte de alguns policiais”.
A defesa de Ibaneis alega que “havia um protocolo de ações integradas previamente elaborado com a finalidade de promover ações de segurança pública” e que o governador “confiou na sua execução”.
Um dos pontos destacados é que no início da tarde de domingo o então secretário de Segurança em exercício, Fernando de Sousa Oliveira, enviou um áudio ao governador afirmando que o protesto ocorria de forma “ordeira e pacífica”.
Ibaneis Rocha presta depoimento nesta sexta-feira (13) na sede da Polícia Federal, em Brasília. O depoimento foi um pedido feito por sua defesa, que também enviou um documento a Alexandre de Moraes no qual pede que o chefe de Executivo local seja ouvido pelo ministro.
Moraes determinou a abertura de um inquérito sobre as condutas do governador afastado e dos comandantes da segurança pública do DF durante os atos terroristas de domingo. A decisão foi assinada na quinta-feira (12) e publicada nesta sexta.