O secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça, Marivaldo de Castro Pereira, informou que o canal criado para ajudar na investigação sobre o ataque terrorista em Brasília já recebeu mais de 86 mil denúncias.
Os dados, segundo o secretário, estão sendo organizados e passados para a Polícia Federal, que está tocando a investigação.
Para Marivaldo, a invasão, por bolsonaristas, do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) foi “um grave atentado às instituições, foi um ataque terrorista ao Estado Democrático de Direito”.
O governo Lula está realizando uma “ampla mobilização”, através do Ministério da Justiça, para levantar informações que viabilizem “a responsabilização de todos que participaram diretamente, mas também que ajudaram a organizar, incitar e financiar esses ataques”.
“Uma das ferramentas que foram criadas pelo Ministério é esse canal de denúncias. São mais de 86 mil denúncias que já chegaram ao Ministério. Está chegando de tudo: fotos, vídeos, links para outras notícias, perfis das redes sociais…”.
O canal é: denuncia@mj.gov.br
“Estamos trabalhando com uma ferramenta de inteligência para organizar esses dados e encaminhá-los à Polícia Federal, com foco naqueles que ajudaram a financiar e naqueles que estiveram diretamente envolvidos na destruição do patrimônio público”, explicou o advogado em entrevista ao CB.Poder, programa do Correio Braziliense.
“O Ministério da Justiça não medirá esforços para fazer com que todos aqueles que atentaram contra as instituições respondam nos termos da lei pelos seus atos, para que a gente possa, de uma vez por todas, virar essa triste página de nossa história”, disse.
No dia do ataque, a Polícia Militar do Distrito Federal conseguiu prender mais de 1.200 terroristas que ficaram nos prédios ou fugiram para o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.
Outras prisões, decorrentes das investigações sobre o financiamento dos atentados terroristas, estão ocorrendo até agora.
A bolsonarista Elizângela Cunha Pimentel Braga se entregou à Polícia em Campos dos Goytacazes (RJ), depois de conseguir fugir. Ela fazia parte do esquema de financiamento do ato antidemocrático.
O secretário Marivaldo ressaltou que o atentado terrorista tem forte relação com a política de “descontrole” das armas que Jair Bolsonaro implementou no país.
Ele citou o caso em que o ex-deputado Roberto Jefferson, amigo pessoal de Bolsonaro, usou granadas e fuzis contra agentes da Polícia Federal para tentar evitar a prisão. “Armas que não poderiam estar na posse de Roberto Jefferson se não fosse a política de descontrole”, apontou.
“Essa política de descontrole do acesso a armas é a raiz disso que assistimos. Por isso, o governo federal resolveu estancar e limitar o acesso a armas em todo o país”, pontuou.