O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em pronunciamento no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, na terça-feira (17), voltou a afirmar que pretende privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) até 2024.
A declaração foi feita no mesmo dia em que a representantes dos trabalhadores da empresa se reuniam com o novo diretor-presidente da Sabesp, André Salcedo, e na qual rechaçaram a proposta defendida pelo governador.
De acordo com o presidente do Sindicato do Trabalhadores em Águas, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), José Faggian, presente na reunião, é necessário “um grande debate com a sociedade da importância da Sabesp continuar pública” e reafirmou que “se o projeto de privatização avançar, terá resistência e luta. A categoria não aceitará passivamente a entrega da maior empresa de saneamento da América Latina, que é um patrimônio do povo paulista, para o mercado ganhar dinheiro”.
Para Faggian, “o saneamento não pode ser tratado como mercadoria, por isso nossa posição é que ele seja sempre prestado como um serviço público ou gerido pelo Estado, como é o caso da Sabesp, pois todos temos direito ao acesso à água e esgoto tratados, independentemente da capacidade de pagar pelo serviço, porém, não somos contra os avanços, melhoria dos serviços e da produtividade, o que nos preocupa é qual é o ‘conceito de produtividade adotado’, o que visa, em primeiro lugar, ao lucro ou a que garante o papel social da empresa?”.
De acordo com o Sintaema, além de ter um valor de mercado superior a R$ 30 bilhões e patrimônio líquido de R$ 23,3 bilhões, no 2º trimestre de 2021, o lucro líquido registrado pela Sabesp foi de R$ 773,1 milhões e, de 2016 a 2020, transferiu ao Tesouro do Estado quase R$ 2 bilhões.
A estatal atende a 31 milhões de pessoas, cerca de 70% do estado, em 375 dos 645 municípios paulistas. Na sua área de atuação mais de 20% da população está em situação de alta vulnerabilidade.
Atualmente, conta com pouco mais de 12 mil trabalhadores. Segundo a entidade, é necessário também valorizar o corpo de funcionários. “A categoria precisa de um plano de carreira mais equilibrado e eficiente, também é urgente a realização de um concurso público para repor e ampliar os postos de mão de obra própria que foram perdidos nos últimos anos”.