“Nosso foco é emprego e renda, e a população poder consumir mais”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, em evento na Abras
“Nós precisamos verificar por que o Brasil tem juros tão altos”, declarou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, nesta terça-feira (31), na cerimônia de posse da diretoria da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
A declaração de Geraldo Alckmin ocorreu na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, na quarta-feira (1), que vai definir a taxa básica de juros (Selic), hoje nos “absurdos” 13,75% ao ano, como classificou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em um breve discurso, Geraldo Alckmin afirmou que os desafios do setor privado e do governo são comuns: “estimular o emprego e renda, agenda de competitividade importante para o nosso país, educação básica de qualidade, escolas em tempo integral, universalizar o ensino infantil, formação técnica e tecnológica… Uma simplificação tributária importante para simplificar, reduzir custos, custo do dinheiro no crédito. O custo de capital é um dos principais itens. Nós precisamos verificar por que o Brasil tem juros tão altos”.
“Por quê? O que justificaria?”, questionou Alckmin sobre os juros reais mais altos do mundo. “É imposto? Cunha fiscal? Vamos tirar para reduzir o custo de capital. É falta de concorrência? Os Estados Unidos têm dois mil bancos. É insegurança econômica? Que questão fiscal? É insegurança política? É difícil reaver o crédito? Spread alto? O bom pagador paga pelo mal pagador?”
“O foco é emprego e renda, e a população poder consumir mais. Poder ter uma qualidade de vida melhor”, defendeu o vice-presidente.
No evento, o empresário João Galassi, reeleito presidente da Abras para o biênio 2023-2024, tomou posse do cargo, onde destacou que “o varejo está sangrando” com a maior taxa de juros real do mundo.
Na oportunidade, a Abras divulgou as pautas que o setor de supermercados deve apresentar ao Congresso Nacional. Entre as demandas encontra-se a isenção dos impostos da cesta básica.