Atentados a bomba em áreas centrais da capital da Somália, Mogadíscio, mataram pelo menos 302 pessoas e feriram outras 300.
Desde a invasão dos marines na década de 1990, posta para correr por forças populares, o que ficou registrado no filme “O Falcão Negro Pousou”, e posterior assassinato do líder da resistência Mohamed Aidid, o país foi transformado no que nos manuais da CIA e Pentágono é descrito como “um estado falhado”, sem governo, sem lei e dividido entre bandos armados, como depois viria a sofrer a Líbia. A Somália é de importância estratégica para o controle do Chifre da África, região ao largo da qual passa grande parte do tráfego de petróleo do mundo, e foram as três décadas de ofensiva imperialista que conduziram ao surgimento do movimento islâmico Al Shabaab.
Os ataques, descritos como “sem precedentes” e “os piores na história recente” aconteceram em um distrito que sedia órgãos governamentais e hotéis de luxo e entre os mortos há altos funcionários do governo fantoche (Governo Federal de Transição, TFG) instalado após a enésima intervenção montada por Washington. O Al Shabaab não reivindicou a autoria.
A intervenção dos EUA no país jamais cessou e hoje, além dos drones, há também 300 marines treinando tropas e realizando incursões diárias, além de mercenários. As explosões ocorreram após decisão do governo Trump de julho de intensificar os ataques com drones na Somália. Em maio foi realizada em Londres uma conferência sobre o “futuro da Somália”, em que novos – e provavelmente fracassados – planos dos EUA e Inglaterra de “nation-building”, “construção de nação”, foram apresentados.