O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que mais prisões serão efetuadas nos próximos dias, como desdobramentos dos inquéritos que investigam os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília.
“O que eu posso te afirmar é em relação à Polícia Federal, que nós temos, mais ou menos, 1 mil pessoas ainda presas. Esse número flutua porque há novas pessoas sendo presas. Haverá novas prisões nos próximos dias, inclusive, porque há mandado de prisão já expedido. Ou seja, as investigações continuam no âmbito da Polícia Federal e já existem ações penais propostas pelo Ministério Público”, disse o ministro em entrevista ao site Metrópoles.
A PF cumpre, há vários dias, diligências para prender os responsáveis diretos e indiretos pelas invasões ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última sexta-feira (27), por exemplo, foi deflagrada a 3ª fase da operação Lesa Pátria, para cumprir 11 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão expedidos pelo STF. Os agentes federais realizaram buscas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal.
Segundo o site, Dino adiantou que mesmo com o fim da intervenção federal na segurança pública do DF, nesta terça-feira (31), os procedimentos para identificar os responsáveis vão continuar “de modo ininterrupto”. Conforme o ministro, a intervenção cumpriu o papel.
“A intervenção cumpriu o seu papel, porque a Constituição Federal, no artigo 34, quando trata da intervenção, coloca como uma medida excepcional e temporária. Nesse caso, o elemento que determinou foi por a termo o grave comprometimento da ordem pública. É assim que está escrito na Constituição”, explicou.
Flávio Dino assegurou, ainda, que, decorrido o prazo da intervenção e com a ausência de novos atos criminosos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devolverá o controle da segurança do DF ao governo local porque não houve nenhum fato novo.
“Decorridos mais de 20 dias não houve nenhum novo evento e, portanto, há uma estabilização. Não há razão constitucional, neste momento, para manter [a intervenção]. Daí, a decisão do presidente da República de devolver a gestão da segurança ao ente legítimo, ao ente que tem autonomia constitucional”, finalizou.