Presidente da Turquia afirma que seguirá empenhado na construção de uma saída para o conflito com base na retomada das negociações entre Rússia e Ucrânia
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o anúncio feito pelos Estados Unidos e por países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de enviar tanques para o regime de Kiev, denunciando que “este é um empreendimento de alto risco e que só vai encher os bolsos dos barões das armas.”
Em entrevista à emissora estatal TRT, quarta-feira (dia 1), Erdogan apontou para a gravidade da medida e que continuará empenhado na construção de um acordo negociado para a resolução do conflito. “Pessoalmente, não posso dizer que o envio de tanques resolverá esse problema”, acrescentou.
A Espanha já anunciou que enviaria ao menos seis tanques Leopard 2A4 para o Zelensky e que necessitaria consultar a indústria militar espanhola sobre as condições de enviar mais. A Polônia acrescentou que vai acelerar o treinamento do pessoal dos tanques ucranianos, com apenas um curso “intensivo” de 35 dias.
Em 25 de janeiro, os EUA prometeram entre 30 e 50 de seus tanques M1 Abrams, embora não tenham deixado claro quando estarão prontos para entrega.
Após semanas resistindo às exigências de Washington, o chanceler Scholz cedeu e se comprometeu a enviar 14 tanques Leopard 2A6, e também prometeu mais alguns do velho Leopard 1 reformados. A oposição a este grau de envolvimento já move oposição cada vez mais ampla no interior da Alemanha, como vem noticiando o HP. Neste sentido veja matéria relacionada:
Condenando a escalada armamentista, a embaixada russa em Berlim apontou que a “decisão extremamente perigosa” do chanceler Olaf Scholz significa “a rejeição final da responsabilidade histórica da Alemanha para com o povo russo”, recordando a tragédia do final da Segunda Guerra Mundial.
Moscou voltou a exortar a Casa Branca para que deixe de estimular o derramamento de sangue, alertando que o envio de mais armas não vai alterar o resultado das operações militares, mas apenas postergar a solução do conflito, cobrando mais vidas.
Na avaliação da Rússia, o fornecimento de mais armamentos pesados a Kiev é uma prova do “envolvimento direto” da Otan na contenda, sublinhando que os tanques “queimarão como o resto” das armas fornecidas pelo Ocidente.