O preço do diesel vendido pelas refinarias da estatal às distribuidoras passará de R$ 4,50 para R$ 4,10 por litro a partir de quarta-feira
A direção da Petrobrás anunciou nesta terça-feira (7) a redução de 8,9% do preço médio do diesel. Com o reajuste, que começa a valer a partir de amanhã (8), o preço do diesel vendido pelas refinarias da estatal às distribuidoras passará de R$ 4,50 para R$ 4,10 por litro.
A estatal, que agora é presidida pelo ex-senador Jean Paul Prates (PT), informou por meio de nota que “essa redução tem como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobrás aos mercados nacional e internacional, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, informou.
A nova gestão da petroleira afirmou também que “a companhia, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.
Segundo a direção da estatal, “considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobrás no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,69 a cada litro vendido na bomba”. O preço do diesel não era reajustado pela estatal desde 7 de dezembro de 2022, quando foi reduzido de R$ 4,89 para R$ 4,50.
O preço da gasolina não foi alterado. No dia 25 de janeiro, ainda sob comando do presidente interino, João Henrique Rittershaussen, a estatal elevou em 7,26% o valor do litro do combustível, que passou de R$ 3,08 para R$ 3,31, uma alta de R$ 0,23. Rittershaussen assumiu o cargo após a renúncia no início de janeiro de Caio Paes de Andrade, indicado à presidência da Petrobrás em junho de 2022 por Jair Bolsonaro.
PETROLEIROS DEFENDEM FIM DO PPI
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, alerta que “desde que o reajuste dos combustíveis começou a ser vinculado à equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada no governo Michel Temer, em outubro de 2016, e mantida por Bolsonaro, os brasileiros, sobretudo os mais pobres, foram perdendo seu poder de compra, com aumentos desenfreados nos preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha (GLP)”.
Bacelar afirmou que entre as propostas que os petroleiros apresentaram ao presidente Lula e ao novo presidente da Petrobrás está o fim do PPI, que mantém os preços atrelados ao dólar e ao mercado internacional.
“Ao lado de Prates, participei do Grupo de Trabalho de Minas e Energia do governo de transição. Lá, foram sugeridas medidas para a implementação de uma política de preços justos para os combustíveis, que tenha como parâmetro de preços não só o mercado internacional, mas também os custos e a sustentabilidade da indústria nacional. O gás de cozinha, a gasolina e o óleo diesel devem ter tratamento diferenciado, devido à importância destes itens no custo de vida da família brasileira”, declarou Deyvid Bacelar, destacando que a implantação de um estoque regulador de derivados; a criação de um imposto sobre exportação de petróleo cru e o fim da do PPI são elementos da política de preços defendida pela FUP.