O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, informou que os candidatos do madurista Partido Socialista Unificado de Venezuela (PSUV) venceram as eleições para governador em 18 dos 23 Estados e a oposição em 5.
No entanto, como reconheceu o madurista, Juan Veroes, em seu artigo, “A oposição perdeu, mas saiu ganhando”: “Os Estados ou regiões onde é gerada a maior quantidade de riquezas e onde se localizam as maiores reservas petrolíferas e minerais do país caíram nas mãos da oposição”.
Apesar de denúncias de irregularidades, a votação foi realizada em clima tranquilo. O ministro da Defesa, Vladimir López, informou que só foram registrados 26 infrações .
Já o chefe do comando de campanha da opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Gerardo Blyde, exigiu que auditagem geral afirmando: ‘não reconhecemos nenhum dos resultados’. As pesquisas que indicavam que a oposição ganharia na maioria dos governos estaduais, mas o ex-candidato presidencial Henrique Capriles admitiu que disputariam a eleição em piores condições. Na hora de apontar quais eram essas condições se referiu a realocação de centros de votação que representavam menos de 2% dos eleitores. Capriles não conseguiu manter o governo do Estado de país, Miranda, onde tentava a reeleição. Lá a vitória ficou com Héctor Rodríguez, do PSUV.
Perante os resultados das eleições estaduais houve desentendimentos na MUD. Os candidatos Henri Falcón e Laidy Gómez reconheceram os dados do CNE. A candidata da oposição pelo estado Táchira (oeste), Laidy Gómez, manifestou que assumia as informações que lhe atribuíram a vitória.
Ante o desconhecimento de todas as decisões do CNE manifestado pela direção da MUD, também surpreendeu a declaração do candidato opositor à reeleição no Estado Lara, Henri Falcón, que convocou na segunda, 16, uma coletiva de imprensa para reconhecer sua derrota para a candidata do PSUV, Carmen Meléndez.
“Responsavelmente eu digo: nós perdemos”, frisou Falcón.
A participação, exaltada pelo governo de Maduro como excepcional, foi de 61.14% do eleitorado. Nas eleições de 2015 a participação foi de 74,1%. A abstenção foi de 38.86%, ou seja, cerca de oito milhões de pessoas habilitadas a votar não o fizeram. Ainda nos detendo nos números oferecidos pelo CNE, o PSUV angariou 54% dos votos contra 45% da oposição. Ou seja, menos de 30% dos eleitores aprovaram as propostas governistas para as regiões.
Antes da eleição, o PSUV detinha 20 Estados e a oposição três.