Ele apresentou um atestado de sanidade para provar que pode continuar no cargo. O senador acusou Bolsonaro de coagi-lo a participar de um golpe e, depois de conversar com os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro, mudou a versão
Segundo o site “O Antagonista”, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) negou nesta quarta-feira (8) que irá se licenciar do cargo de senador por questões de saúde e apresentou um atestado de sanidade mental. O atestado é assinado pelo psiquiatra forense Bruno Andrade Jess.
Após as idas e vindas do senador que, primeiro disse que Jair Bolsonaro o coagiu a participar do golpe arquitetado por ele e pelo deputado Daniel Silveira e, depois, após receber Flávio e Eduardo Bolsonaro, mudou a versão tentando livrar Bolsonaro e concentrando tudo em Daniel Silveira, alguns senadores procuraram o presidente do Senado sugerindo uma possível “estafa mental” e sugerindo uma licença compulsória.
O atestado do psiquiatra diz que que o parlamentar “encontra-se apto, do ponto de vista de sua saúde, para o exercício do cargo”. O senador também tinha dito que iria renunciar ao mandato mas, depois, também desmentiu essa intenção. Não soube explicar porque queria renunciar e depois voltou atrás.
Há quem diga que suas versões desencontradas ocorreram porque ele saiu destrambelhado, numa tentativa de se antecipar ao que apareceria, depois que ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão de Daniel Silveira. Marcos Do Val tinha muitas trocas de telefonemas com Silveira e tinha participado de uma reunião com ele e Bolsonaro onde o golpe foi discutido abertamente.
Como mostramos, alguns parlamentares procuraram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugerindo que Marcos do Val tirasse uma licença para cuidar de uma alegada “estafa mental”.
Do Val afirmou à revista Veja que Jair Bolsonaro o teria coagido para que gravasse falas do ministro Alexandre de Moraes, do STF, como forma de comprometê-lo. O parlamentar também disse que iria renunciar ao mandato.
Após a repercussão do episódio, o senador recuou e disse que esse era um plano do ex-deputado Daniel Silveira e que não iria largar o cargo. E que Bolsonaro teria apenas assistido calado a oferta de Silveira.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de um procedimento para apurar suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo pelo senador Marcos do Val.