Os mesmos bolsonaristas que agrediram os generais participaram dos atos terroristas de 8 de janeiro e da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes
O general Fernando Soares, atual comandante militar do Sul, será promovido para comandar o Estado Maior do Exército. É o segundo maior posto na hierarquia, abaixo apenas do próprio comandante do Exército, general Tomás Miné Ribeiro Paiva.
Tanto o general Fernando Soares quanto o próprio comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, foram hostilizados por bolsonaristas nas redes sociais pelo fato deles não aderirem aos planos golpistas do Planalto.
As milícias dirigidas por Jair Bolsonaro classificam Soares pejorativamente como um general “melancia” – verde por fora, em alusão à farda, e vermelho por dentro, em referência a uma suposta posição política de esquerda.
O mesmo ocorreu com o comandante militar do Nordeste, Richard Nunes, entre outros generais que se mantiveram no campo legalista, não aceitando a politização das Forças Armadas.
Esses mesmos bolsonaristas que agrediram os generais, participaram dos atos terroristas de 8 de janeiro e da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes. Com a promoção do general Fernando Soares, o novo comando do Exército busca também afastar ainda mais a instituição das maquinações politiqueiras que se infiltraram nas Forças Armadas nos últimos anos.
Apesar de não constar como regra oficial, há uma tradição de que o posto seja ocupado pelo general mais antigo da corporação. Fernando Soares é o terceiro da lista por esse critério, mas está sendo promovido por ter maior afinidade com o atual comandante.
Ribeiro Paiva assumiu o comando do Exército há um mês, escolhido pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, após a demissão do general Júlio César Arruda.