Ele ainda escondeu suas outras fontes: R$ 30 mil de aposentadoria da Câmara, R$ 39 mil de salário do PL e R$ 11 mil de aposentadoria do Exército
Jair Bolsonaro, que praticamente se mudou para os EUA, país que ele considera como seu, falou nesta quinta-feira (23) para uma plateia de evangélicos americanos. Reclamou que está ganhando apenas R$ 33 mil de salário. “Alguém sabe quanto foi o meu salário bruto em dezembro do ano passado? R$ 33 mil. Dá aí US$ 6 mil. Compensa?”, indagou.
Além de representar uma ofensa aos milhões brasileiros que estão dando duro de manhã à noite sem ganhar, muitas vezes, nem mesmo o salário mínimo, a fala de Bolsonaro é mais do que uma provocação. Ela é mais uma de suas mentiras. Ele não recebe só R$ 33 mil. Isso é só numa de suas fontes de renda. O “mito” tem ainda a aposentadoria do Exército – mais R$ 11 mil -, a aposentadoria da Câmara – mais de R$ 30 mil – e mais o R$ 39 mil que ele recebe de salário do PL, onde ocupa um cargo figurativo.
Ou seja, o cinismo de Bolsonaro não tem limites. Ele manteve o salário mínimo de milhões de trabalhadores sem nenhum aumento real durante todo o seu governo. Cortou verba de merenda e de remédios. Dizia que aumentar as aposentadorias causava “desequilíbrio nas contas públicas”. Nem recebeu servidores públicos para discutir reposição de inflação e, agora, lá dos EUA, país que ele adotou, zomba dos brasileiros reclamando de seu salário de R$ 33 mil. E faz isso escondendo todas as outras fontes de renda.
Ele esconde também que durante suas diversas motociatas, ele gastava quantias milionárias do dinheiro público com o cartão corporativo. Segundo o Portal da Transparência, as faturas do cartão corporativo de Bolsonaro em 2022 ultrapassam a marca de R$ 10 milhões. Em dia de motociata, os gastos iam para as alturas. Enchia o tanque de todo mundo, com o dinheiro do contribuinte.
Ele passou muito pouco tempo trabalhando no Planalto. Vivia passeando, se divertindo, se reunindo com garimpeiros ou fazendo campanha eleitoral. Estudos de notas fiscais pagas com o cartão corporativo revelam que Jair Bolsonaro gastou R$ 697 mil com o cartão corporativo só para bancar atividades no ano da campanha eleitoral. Mesmo assaltando os cofres públicos, ele perdeu as eleições. Foi a primeira vez que um presidente não se reelegeu.
Como Bolsonaro, ao invés de governar, não parava em Brasília, vivia em passeios de moto, de lancha, pescarias e outras farras, ele reclamou também que “nem lembra que tem esposa”. “Você chega em casa, ela tá dormindo ou quando ela sai, eu que estou dormindo, mas foi uma experiência que entendo como missão e se Ele assim entender, entendo que essa missão não acabou ainda”, afirmou, revelando que não gostou de largar a mamata. Ele foi obrigado a largar porque o povo brasileiro reprovou o seu desgoverno.