A revolta eclodiu nos bairros franceses de Orvault, Reze, Nantes, Breil e Bellevue, com a decisão de manter em liberdade o policial responsável pela morte do jovem Aboubakar Fofana (cujos pais emigraram da Guiné no início dos anos 1990), durante uma batida policial, ocorrida em Nantes, na terça-feira (3).
Em Breil e Bellevue, conforme matéria do site Ouest-France, as forças de segurança foram repelidas por coquetéis Molotov atirados por diversos protestantes que exigiam justiça enquanto se protegiam das granadas de gás lacrimogêneo. Já em Nantes, onde os conflitos tiveram início ainda no dia 3, as manifestações centenas de imigrantes africanos em protesto contra a discriminação policial.
Na sublevação, que se estendeu por quatro dias consecutivos carros, um posto de gasolina, uma biblioteca comunitária, uma escola e diversas lojas foram incendiados. A pressão popular foi tamanha que a policia se viu obrigada a rever sua versão inicial da morte, admitindo na sexta que o assassinato de Abubakar não foi resultado de autodefesa policial, mas fruto de um “acidente”. Somente de sexta para sábado, 35 carros foram incendiados.
Pouco depois da morte de Aboubakar Fofana, milhares de pessoas marcharam em sua homenagem e em solidariedade a sua família. A marcha, realizada nas proximidades de onde o jovem foi morto, deu uma volta no quarteirão com os manifestantes pedindo “justiça para Abu”, e também entoaram palavras de ordem afirmando que há “polícia em toda parte, porém não há justiça em lugar nenhum”.