Jair deu cargo em Paris a ex-chefe da Receita que tentou liberar as joias contrabandeadas

O ex-chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes. Fotos: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro deu um cargo em Paris para o ex-chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, que tentou ajudá-lo a liberar ilegalmente as joias de R$ 16,5 milhões que supostamente eram “presente” para Michelle Bolsonaro.

No dia 30 de dezembro, penúltimo do governo Bolsonaro e um dia depois de Julio Cesar ter agido para tentar liberar ilegalmente as joias, o ex-chefe da Receita Federal foi nomeado como adido do órgão em Paris.

A nomeação foi cancelada pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Julio Cesar Vieira Gomes fez parte da operação que tentou liberar as joias, sem pagamento de impostos e multas, no dia 29 de dezembro.

As joias foram apreendidas pela Receita Federal, no Aeroporto de Guarulhos, em novembro de 2021, após o ministro Bento Albuquerque, ex-chefe das Minas e Energia, tentar entrar com as peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, escondidas em uma mochila de seu assessor.

No dia 29 de dezembro de 2022, um membro da equipe de Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, Jairo Moreira da Silva, que é primeiro-sargento da Marinha, foi enviado a Guarulhos por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tentar liberar as joias.

Jairo inventou histórias para que o servidor da Receita Federal liberasse as peças, mas o agente, chamado Marco Antônio Lopes Santanna, não caiu na lábia bolsonarista.

Jairo chegou a mostrar um documento que seria direcionado a Julio Cesar Vieira Gomes, que era chefe da Receita Federal, tratando sobre a liberação dos materiais. Novamente, Marco Antônio Lopes Santanna disse que não poderia liberar as joias de forma irregular, como pedia o membro da Ajudância de Ordens de Bolsonaro.

Foi depois dessas negativas que Julio Cesar Vieira Gomes fez uma ligação para o celular de Jairo Moreira da Silva para que pudesse, através dele, falar com o agente da Receita Federal que não estava liberando as joias.

O servidor Marco Antônio Lopes Santanna se recusou a atender o então chefe da Receita da forma como estava acontecendo.

As informações são do Estadão.

O conjunto de joias era composto por um colar, um anel e um par de brincos, um relógio e uma escultura dourada de cavalo, de aproximadamente 30 centímetros. As peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foram um “presente” do governo da Arábia Saudita a Bolsonaro e sua esposa.

Existem registros de que Jair Bolsonaro tentou liberar as peças através do Ministério das Relações Exteriores, da Economia e de Minas e Energia, além de seu próprio gabinete presidencial.

O governo não apresentou pedido para que as joias fossem tratadas como bem da União. Além do mais foi dada inicialmente a opção de regularizar a situação por meios legais, mas o governo não aceitou.

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