Veja reprodução do ofício na íntegra
O documento utilizado por Jair Bolsonaro para tentar retirar ilegalmente as joias de R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal era assinado pelo ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, e endereçado ao então chefe do órgão, Julio César Vieira Gomes.
O ofício, que tinha o brasão da Presidência da República, ignorava a necessidade de pagamento de imposto e multa para a entrada do material milionário no Brasil, assim como as regras da Receita Federal.
O papel dizia que o membro da equipe de Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, Jairo Moreira da Silva, primeiro-sargento da Marinha, estava autorizado a receber as joias.
Essa última tentativa desesperada de retirar as joias milionárias aconteceu no dia 29 de dezembro de 2022, dois dias antes do fim do governo Bolsonaro.
Jairo Moreira da Silva foi até Guarulhos, onde as peças foram confiscadas pela Receita Federal, usando um avião da Força Aérea Brasileira, com o único objetivo de obter as joias.
O vôo foi solicitado em caráter de “urgência” pelo ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o que sugere a relevância dada por Jair Bolsonaro às peças de R$ 16,5 milhões que recebeu de “presente” do governo da Arábia Saudita.
O ofício usado para tentar retirar os objetos, obtido pelo site G1, diz que o então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, estava “representando o Senhor Presidente da República” na viagem à Arábia Saudita.
Bento Albuquerque tentou entrar com os objetos escondidos dentro de uma mochila de um dos seus assessores. A estátua de cavalo estava com os pés quebrados, separando a peça de sua base.
O ex-ministro admitiu que os objetos eram todos destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ofício da Presidência era destinado ao então chefe da Receita Federal, Julio César Vieira Gomes, que participou do plano de driblar a multa e os impostos que foram cobrados para a retirada das peças.
Enquanto conversava com o servidor da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos e tentava ludibriá-lo, Jairo Moreira da Silva, recebeu uma ligação de Julio César Vieira Gomes, que dizia querer conversar com o servidor através do celular de Jairo.
O servidor, percebendo que aquela era uma situação inteiramente irregular, recusou-se a conversar com o superior pelo celular do ajudante de ordens de Bolsonaro.
Jairo Moreira da Silva mostrou o ofício da Presidência solicitando a retirada das joias, mas o servidor logo observou que aquele documento era endereçado a Julio Cesar Vieira Gomes, e não ao responsável pela apreensão das peças.
Apesar de ser, na época, chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes não tinha o poder ou o direito de retirar impostos e multas aplicados regularmente sobre peças que foram trazidas de forma ilegal para o país.
O servidor se recusou a participar daquele conluio e encerrou a conversa.
Jair Bolsonaro presenteou o ex-chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, com um cargo na embaixada brasileira em Paris, pelo fato de tentar ajudá-lo a liberar ilegalmente as joias de R$ 16,5 milhões, os supostos “presentes” para Michelle Bolsonaro.
A nomeação foi cancelada pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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Todo Petista e seus puxadinhos (Renan, amante do Petismo©, o amazonense chefão lá, analfabeto, o Voz-Fina puxa saco da religião cujo nome é Petismo©, PCdoB© etc.) ruminam direto, e sem exceção, uma vez que são GADOS do aPedeuTa lula© — o embuste — e da medíocre dilma®. Eles em vez de construírem hospitais durante a “Copa das Copas®” do PT®, construíram foram prédios inúteis.
O Petismo© é puro picaretismo.
Nós não somos petistas. Mas nem por isso somos bolsonaristas. Pelo contrário, Lula e o PT estão a anos-luz do obscurantismo e do fascismo bolsonaristas. A matéria é sobre a (baixa) corrupção bolsonarista. Porque, diante dessa infâmia, você sente necessidade de repetir os lugares-comuns – e dos mais difamatórios e insultuosos – do Bolsonaro? Será que é tão difícil manter um nível um pouco mais alto?