Entre as inúmeras atividades que vem realizando este mês em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, participou de uma live sobre o “enfrentamento à violência contra a mulher” no quadro “Papo de Respeito”, da TV Brasil, que foi ao ar no canal da emissora pública no YouTube. A live contou com as presenças da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e da atriz Luana Xavier.
Durante o bate-papo didático, que foi transmitido pela TV Brasil na terça-feira (7), Janja enalteceu a recriação pelo presidente Lula do Ministério das Mulheres e mediou a conversa com a ministra e com Luana sobre o que caracteriza as diversas forma de violência contra a mulher, ressaltando a importância dos mecanismos públicos de combate à violência e das redes de proteção às mulheres.
Uma das questões levantadas pela primeira-dama foi a constatação, através de pesquisas de levantamento, do atrelamento direto do aumento dos feminicídios no país com o crescente acesso dos brasileiros ao porte de arma de fogo implementado por Bolsonaro nos últimos quatro anos.
“Em 2018, nós tivemos 1.229 casos de feminicídio. Em 2019, já foram 1.330. Em 2020, 1.354. Em 2021, 1.341. E no primeiro semestre de 2022, sendo que os números ainda não estão finalizados, já foram 700 casos. E eu tenho comigo que há uma relação direta dos casos de feminicídio com o aumento do porte de armas, que foi banalizado no Brasil”, avaliou.
A fala de Janja foi corroborada pela ministra, que afirmou que, segundo dados, seis anos atrás, a maior parte desses crimes “era cometido por armas brancas, como facas, machados, etc”.
Durante a conversa, a ministra Cida Gonçalves descreveu os diferentes tipos de violência contra a mulher, que além da violência física em diversos graus até o assassinato, também se manifestam como violência moral, psicológica, sexual, patrimonial e violência política de gênero, que tem “em Mariele o caso mais emblemático”, disse.
Foi quando Janja levantou a questão da Internet, que se dá principalmente “na violência de cunho moral e que tem na mulher a principal vítima”.
A ministra citou que essa modalidade “de violência cibernética já está, inclusive, incluída na Lei Maria da Penha”.
Após Cida Gonçalves citar a importância de as mulheres denunciarem e do necessário crescimento dos instrumentos jurídicos para combater esses crimes, a primeira-dama alertou que, nesse caso, “as plataformas de Internet também devem ser responsabilizadas e que essa é uma discussão que deve acontecer de forma global para o enfrentamento da divulgação de material que expõe, ofende as mulheres e é utilizado para ameaçá-las”.
Durante o bate-papo, foram divulgados o fortalecimento e retomada dos diversos programas de governo de combate à violência contra as mulheres, como as delegacias especializadas, o programa “Mulher Viver sem Violência”, que contará com a implementação de 40 casas de acolhimento e a entrega de 270 viaturas Maria da Penha, além da reativação da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), que será gratuito e funcionará 24 horas, entre outros.