“Foi o governo Lula lançar a campanha de vacinação que as milícias digitais voltaram com tudo”, denuncia o relator do PL contra as fake News
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que a aprovação do PL de Combate às Fake News (PL 2.630/20) “é um imperativo para defender a democracia e a saúde pública”, diante de uma nova onda de mentiras sobre as vacinas por conta da chegada dos imunizantes bivalentes.
“Foi o governo Lula lançar a campanha de vacinação que as milícias digitais voltaram com tudo. Eu insisto: combater as fake news e debater a responsabilidade das plataformas é um imperativo para defender a democracia e a saúde pública. A hora é agora!”, publicou Orlando, que é relator do PL 2.630/20.
Nos primeiros dias da campanha Movimento Nacional pela Vacinação, mais de 1 milhão de brasileiros já foram imunizados com as vacinas bivalentes. Lula foi vacinado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, que é médico.
Em grupos de Whatsapp e outras redes sociais, diversas fake news passaram a circular depois do início da campanha. As mensagens mentem sobre as vacinas bivalentes, sobre a campanha de vacinação e sobre a própria imunização do presidente Lula.
Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que uma das fake news que mais circula é a de que as vacinas bivalentes estão causando “infartos súbitos” nos imunizados. Essa mentira já foi divulgada, inclusive por parlamentares bolsonaristas, nas primeiras fases da vacinação, entre 2020 e 2021.
No entanto, os dados do Ministério da Saúde mostram que não houve crescimento no número de infartos desde que a população brasileira começou a ser vacinada.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) já divulgou diversas vezes em suas redes sociais casos em que pessoas teriam supostamente morrido devido às vacinas. Nenhum dos casos tem qualquer relação com a vacinação, sendo a mentira parte da campanha bolsonarista contra as vacinas.
Rosana Richtmann, diretora do comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirmou ao jornal que “quem de fato tem capacidade de aumentar risco de doença cardiovascular e muitas outras doenças é a própria Covid-19. É indiscutível a relação do vírus com essas complicações, e a vacina bivalente é a mesma estrutura da que já foi aplicada em bilhões de doses pelo mundo, a segurança observada é a mesma”.
Outra mensagem mentirosa que tem sido divulgada nas redes sociais diz que as vacinas bivalentes foram testadas apenas em “oito camundongos” e não seria segura para humanos. Há, também, fake news que questionam a eficácia dos imunizantes.
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, comentou que “mais de 50 milhões de doses da vacina bivalente já foram aplicadas nos Estados Unidos. Os dados de vida real até agora comprovam que ela aumenta a proteção contra a Covid-19, em especial contra as formas graves”.
O PL de Combate às Fake News está sendo muito discutido no Congresso Nacional para que possa ser votado nas próximas semanas. O tema é uma das prioridades do governo federal, que quer a aprovação da lei para impedir a divulgação de mensagens golpistas e de fake news pelas redes sociais.
O PL 2.630/20 prevê a criação de um tipo penal para quem financia, produz e distribui fake news, a criação de um Comitê Gestor da Internet, que estabelecerá as regras de funcionamento das redes sociais, e a valorização do conteúdo jornalístico através de remuneração.