Os dados regionais da produção industrial de maio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (11), detalharam a catástrofe da queda de 10,9% no volume produzido a nível nacional. Em 14 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto a produção caiu – em seis a níveis mais elevados do que a média nacional.
As quedas mais expressivas foram em importantes estados industriais, como São Paulo – região que detém mais de 30% do setor produtivo nacional – cujo recuo foi de 11,4% apenas na passagem de abril para maio.
No Paraná, a queda ficou bem acima da média nacional, em absurdos 18,4%. Esse também foi o caso do Mato Grosso (-24,1%), da Bahia (-15%) e de Santa Catarina (-15%).
As quedas no volume de produção também foram impressionantes nas indústrias do Rio Grande do Sul (-11%), Goiás (-10,9%), Minas Gerais (-10,2%), Pernambuco (-8,1%), Rio de Janeiro (-7%), Ceará (-4,9%), Amazonas (-4,1%) e Espírito Santo (-2,3). Apenas o Pará teve alta na produção no período (9,2%), depois de uma queda de 8,5% em abril.
O período analisado é correspondente à greve dos caminhoneiros – que durou 11 dos 20 dias do mês de maio, uma das maiores paralisações dos últimos tempos e uma resposta clara à política econômica do governo federal de reajuste semanal dos preços da gasolina e do diesel. Com apoio maciço da população e uma forte resistência dos trabalhadores, a greve abalou o país e parou a produção em diversas fábricas de norte a sul por 11 dias, enquanto o governo se recusava a ceder.
Para mascarar que o resultado é um desdobramento claro da política econômica dos governos Dilma e Temer, “analistas” não tardaram em responsabilizar a greve dos caminhoneiros pelo colapso do setor produtivo. Como é sabido, a produção industrial e a economia estão no fundo do poço há muito tempo e a própria paralisação é consequência dessa política de corte nos investimentos, altos juros e retirada de direitos.
O resultado de maio se soma a uma sequência de quedas. Na comparação mensal com o mês anterior, a produção industrial recuou em janeiro (-2,4%), ficou em torno de ZERO em fevereiro (0,2%) e março (-0,1%) e teve uma leve alta em abril (0,8%), graças à produção de Álcool, segundo o IBGE.