“Identificamos um grande endividamento, que, com a alta dos juros, ficou impossível de ser pago”, disse Douglas Duek, CEO da consultoria financeira Quist, que coordena o processo na Justiça
A Prieto Alimentos é mais uma empresa a pedir recuperação judicial para administrar uma dívida de R$ 150 milhões. Completando 60 anos em 2023, a companhia especializada em embutidos e cortes suínos afirma estar “estrangulada” pela taxa de juros e aumento dos custos dos insumos.
“As dificuldades financeiras começaram na pandemia, se arrastaram e foram crescendo até o presente momento. Identificamos um grande endividamento, que, com a alta dos juros, ficou impossível de ser pago”, disse Douglas Duek, CEO da consultoria financeira Quist, que coordena o processo na Justiça.
Segundo a companhia, a perda do poder de compra da população dos últimos anos também não permitiu que os altos custos fossem repassados aos seus produtos, que atendem cadeias varejistas importantes em São Paulo e Rio de Janeiro.
O pedido foi feito em 13 de fevereiro e a empresa afirma estar em negociação com os credores, incluindo o Bradesco, Banco do Brasil e Votorantim – sem, contudo, encontrar muito espaço para negociar os prazos e rolagem de juros.
“Os bancos não aceitariam um alongamento da dívida sem juros ou uma grande carência total e inicial, que é o que a empresa precisa”, complementa Duek.
A Prieto foi fundada em 1963 por uma família de imigrantes espanhóis e tem sede em Cajamar, na região metropolitana de Sã Paulo, onde emprega atualmente 380 pessoas. No ano passado, eram 450 funcionários.