O governo de Macri, através de decreto publicado dia 10, decidiu cortar o convênio de assistência técnica com as universidades, o que desempregará cerca de 7 mil trabalhadores contratados em distintas áreas do Estado. A medida foi divulgada poucas horas após a enorme marcha de protesto contra o acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que define aprofundar o arrocho para ‘enxugar’ o Estado. O decreto pretende congelar os salários dos servidores até dezembro de 2019, isso no momento em que a inflação nos primeiros 6 meses do ano já ultrapassou os 13%.
“Estamos trabalhando para que a Argentina se transforme em um país sustentável. O Estado é pago por nós todos. Com estas medidas baixamos um gasto que é, em boa medida, improdutivo”, tentou justificar o ministro de Fazenda, Nicolás Dujovne, em coletiva, despertando mais indignação na população.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT) emitiu um comunicado contra a política econômica do presidente, que denunciou como “contrária à emancipação econômica que deveríamos comemorar [referindo-se ao 9 de julho de 1816, data da independência argentina]” e “contra o acordo acertado com o FMI, cujas consequências recairão sobre trabalhadores e aposentados”.
“A submissão ao FMI agrava a situação dos trabalhadores argentinos provocando a perda de direitos por imperativo de suas condenáveis formas hegemônicas comprováveis onde quer que tenha se imiscuído”, acrescentou.
Alejandro Fernández, da direção da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), advertiu que o decreto revisa as normas de contratação e da estrutura salarial impedindo que sejam empregados em outros setores e possibilitando mais demissões.