“Nesta terça-feira, o movimento sindical vai elevar o tom contra a política de juros altos”
“O presidente da CTB, Adilson Araújo, declarou ao HP que o “o presidente Lula não foi eleito para satisfazer o êxtase do mercado” e reforçou a convocação do movimento sindical para manifestação que irá elevar o tom contra a política de juros altos, nesta terça-feira (21).
“Chegou a hora de crescer o calor contra os juros”, afirma. De acordo com Adilson, o Fórum unitário das centrais, com os movimentos sociais, convocou protestos em todas as sedes do Banco Central no país. A perspectiva da equipe do Banco Central é manter a Selic (taxa básica juros para os títulos do governo) em 13,75% ao ano, a maior do mundo, o dobro da segunda colocada. Os atos acontecerão simultaneamente à reunião do Comitê de Política Monetária, COPON, nos dias 21 e 22, informou.
Para Adilson, a crise que o Brasil vive coloca a nação numa encruzilhada. “Estamos diante de um visível esfacelamento da nação frente a uma tragédia econômica e social, com grande repercussão na vida das pessoas, fruto do desespero das famílias, que não conseguem manter o poder de compra de seus salários, abatidas por uma inflação incontrolada e do alto custo dos alimentos”.
“A consequência de colocar a responsabilidade fiscal em contraposição à responsabilidade social é que 1% da população detém 28% da riqueza nacional”. Adilson aponta também que considera o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto um adulador dos bancos. “Deram autonomia para os banqueiros dizerem o que fazer com os recursos públicos”, disse, indignado.
“Trabalhadores não podem ficar refém dessa política que provoca tanto mal para o país”
Para o presidente da CTB, “os trabalhadores não podem ficar refém dessa política que provoca tanto mal para o país”. “Lutar contra esses juros estratosféricos é dar atenção prioritária a uma política de valorização salário mínimo, é defender o Sistema Único de Saúde, é fortalecer politicas públicas que promovam a universalidade do serviço público de qualidade, bem como a correção da tabela do Imposto de Renda”.
“A política macroeconômica conservadora de juros nas nuvens é um impeditivo à retomada dos investimentos públicos, impede a reindustrialização do país”. “Acreditamos e confiamos que, nesse sentido, o presidente Lula não medirá esforços para alterar a política de preços da Petrobrás, para estatizar a Eletrobrás, para retomar o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, defender o meio ambiente, os povos indígenas, a Saúde, a Educação e a Democracia”, ressaltou Adilson.
“Em síntese, fazer valer nosso compromisso de dar consequência a um programa de reconstrução do Brasil”, concluiu.