Bruno Reis (União Brasil) disse ser necessário redução do índice para evitar paralisia econômica. Ele elogiou a gestão de Lula: “Avalio de forma muito positiva”
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), caracterizou como um erro a última reunião do Banco Central que manteve a taxa de juros Selic em 13,75%. Segundo ele, é necessária a redução do índice — o que ainda não ocorreu — para evitar que o Brasil entre em recessão.
“Foi um erro essa última reunião do Banco Central, deveria ter tirado 0,25%, alguma coisa, para dar algum sinal, porque daqui a pouco a gente vai entrar em recessão”, alertou.
“Vai faltar crédito, ninguém consegue pegar dinheiro a esse valor e quem tem dinheiro prefere deixar aplicado, investe”, disse o prefeito no podcast de política da Rádio Metrópole, o MetroPod.
“Então tem que ter linha de crédito subsidiada para empresários comprarem ônibus”, defendeu o prefeito. “As empresas estão todas quebradas, ninguém nem consegue disputar concessão”, enfatizou.
Bruno Reis tem pedido ao governo federal o subsídio para o sistema de ônibus na capital baiana, em crise.
Ele ressaltou, como exemplo, a dificuldade para a aquisição de ônibus para minimizar crise do transporte público em Salvador.
Recessão é retrocesso. É a diminuição da atividade econômica, com queda da produção, desemprego etc. Significa crise econômica.
O BC, autônomo do governo, mas subordinado aos bancos privados, não se submete à realidade social do país, como, por exemplo:
Pobreza (34,1 milhões de residências não recebem serviço de saneamento básico), desemprego (IBGE/22: 11,9 mi), desigualdades sociais (má distribuição de renda entre as classes sociais é um dos graves problemas que o Brasil enfrenta), racismo (dados do IBGE mostram que enquanto apenas 3,6% de brancos são analfabetos, o número salta para quase 9% entre negros. O desemprego sobe de 9,3% para 13,6% e a informalidade de 34,5% para 47,4%).
Is para ficar em alguns elementos mais básicos, que são facilmente constatados por qualquer pessoa com algum senso crítico e observação atenta em relação aos números sociais do IBGE.
ELOGIO AO GOVERNO E CRÍTICA AO BC
Na entrevista, o prefeito elogiou o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Avalio de forma muito positiva”, disse Reis.
“Só o fato de estar aberto, ouvindo os prefeitos, já é uma grande demonstração de que quer acertar. 100 dias são muito poucos para já saber como vai chegar ao fim dos 4 anos, mas começou bem, principalmente pelo diálogo que vem mantendo tentando construir consenso para o Brasil avançar”, enfatizou o prefeito da capital baiana.
EIS O FATO
Na segunda reunião de 2023, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou, na última quarta-feira (22), manutenção na taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
A decisão contrariou a lógica da economia política e atendeu às expectativas de economistas do mercado financeiro, que apostavam majoritariamente na manutenção da taxa.
A Selic está neste patamar desde agosto de 2022, após altas sucessivas nos juros em resposta às pressões inflacionárias. Embora haja projeção de queda até o fim do ano, essa foi a quinta reunião seguida do Copom que terminou com a Selic mantida em 13,75%.
PRÓXIMAS REUNIÕES DO COPOM
O Copom vai fazer a próxima reunião dias 2 e 3 de maio para discutir os rumos da taxa Selic e a situação econômica do Brasil. Na data da reunião, os membros do Comitê irão decidir se a taxa básica de juros aumenta, diminui ou se mantém estável, nos estratosféricos 13,75%.
A taxa Selic é referência para os demais juros da economia brasileira.
O Comitê define o valor da Selic a partir de votação com maioria simples. Participam da reunião do Copom os membros da diretoria colegiada, os chefes de determinados departamentos do Banco Central e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em caso de empate, cabe ao presidente, Campos Neto, a decisão final.
Vale ressaltar que as decisões tomadas na reunião do Copom influenciam diretamente a política monetária do País, gerando impacto no valor de mercadorias e serviços, no poder de compra da população e no valor da moeda nacional.
CALENDÁRIO
O BC divulgou o calendário das reuniões do Copom que irão ocorrer em 2023. Ao todo, serão realizados mais 6 encontros. Acompanhe as datas:
- 2 e 3 de maio
- 20 e 21 junho
- 1º e 2 de agosto
- 19 e 20 de setembro
- 31 de outubro e 1º de novembro
- 12 e 13 de dezembro.
M. V.