Quedas sucessivas e em todas as bases de comparação são o retrato do setor de Serviços no Brasil, que registrou em agosto recuo de -1,0% no volume de prestação frente a julho, segundo pesquisa divulgada na terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2012.
Negando a crise e atribuindo à sua política econômica entreguista uma suposta “recuperação” da economia, o governo se adiantou a propagandear que a queda foi “pontual”.
Contudo, além de ter sido bastante significativa (-1,0% de queda em apenas um mês), a retração do setor é uma prova da crise também na comparação anual, cuja queda foi de -2,4% em relação a agosto de 2016.
No acumulado do ano, o recuo chega a -3,8% e, em 12 meses, -4,5%.
Como registrou o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Social, “assim como a indústria e o varejo, o setor de serviços também fechou o mês de agosto no vermelho. E pior, pela segunda vez consecutiva. Com isso, o bimestre julho-agosto afastou mais um pouco o setor da tão esperada recuperação”.
Por consequência do desemprego e do arrocho aos trabalhadores, foram os Serviços prestados às famílias que derrubaram o setor em agosto sobre julho: -4,8%. Esse segmento agrega, entre outros, a prestação de Serviços de alimentação e alojamento.
Comprovando a tendência e invalidando a tese do “pontual”, o segmento também caiu ante agosto de 2016 (-4,4%) e no acumulado do ano (-1,9%).
Em ambas as comparações, quatro dos cinco segmentos que compõem o setor de Serviços recuaram, com destaque para os Serviços técnico profissionais (-13,7% sobre agosto do ano passado e -15,4 no acumulado) e Serviços profissionais e administrativos (-7,8 e -5,9%, respectivamente).
PRISCILA CASALE