“Nunca entreguei nada”, afirmou ela à PF
As investigações da Polícia Federal têm encontrado várias mentiras nas versões de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, sobre o decreto golpista encontrado na casa dele.
Anderson Torres disse que sua então secretária havia lhe entregue o decreto.
Mas, em depoimento à PF, ela contou uma versão diferente da de Torres.
“Nunca entreguei nada”, afirmou ela à PF.
A minuta de decreto presidencial foi encontrada dentro de uma pasta do governo federal que estava guardada em um armário da casa de Anderson Torres.
O ex-ministro de Bolsonaro está preso por ter participado, ao desmobilizar as forças de Segurança do Distrito Federal, da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.
ELEIÇÃO
A PF também encontrou provas de que o ex-ministro da Justiça organizou as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno da eleição presidencial para impedir eleitores de chegar em seus locais de votação, especialmente em regiões onde Lula domina.
Um “boletim de inteligência” foi produzido pela então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, apontando os locais onde Lula obteve maior vantagem no primeiro turno das eleições.
Para os investigadores, esse documento serviu de base para que Torres organizasse as ações da PRF para atrapalhar eleitores.
Marília Alencar tentou apagar o documento que produziu de seu celular, mas a PF foi capaz de recuperá-lo. Com o fim do governo Bolsonaro, ela ganhou um cargo na Secretaria de Segurança Pública do DF junto com Torres.
As investigações também identificaram que Anderson Torres fez uma viagem para a Bahia, acompanhado do então diretor da PF, Márcio Nunes, com o objetivo de pressionar o superintendente regional da PF, Leandro Almada, para apoiar as ações da PRF no dia 30 de outubro.
A viagem, que ocorreu em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), não foi incluída em sua agenda oficial. As informações são do jornal O Globo.
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