Ele lembrou que o nazi-fascismo amalgamou e alavancou milhões ceivando ódio aos judeus, ódio aos comunistas, etc. “Os nazi-fascismos são assim”, afirmou o ministro da Justiça. Orlando Silva (PCdoB-SP) relata projeto para regulamentar as plataformas e o deputado André Janones (Avante-MG) quer lei contra a extrema direita
O ministro da Justiça, Flávio Dino, denunciou em palestra ocorrida esta semana, o uso das redes sociais pelas forças do fascismo e do extremismo e defendeu maior controle por parte da sociedade. “Há manipulação de subjetividades em todas as escalas”, denunciou. “O que está em questão é o controle do pensamento político da sociedade”, acrescentou.
“Qual é o cimento dessa gente extremista e autoritária?”, indagou o titular da Justiça do governo Lula. “Manipulação de afetos na sua dimensão do ódio. Isso é clássico na literatura política. Como que o nazi-fascismo amalgamou e alavancou milhões?”, voltou a indagar o ministro.
E ele mesmo respondeu. “Ódio aos judeus, ódio aos comunistas, ódio aos gays, ódio às pessoas com deficiência”, disse. “Os nazi-fascismos são assim. E é por isso que as plataformas, ditas Big Techs precisam naturalizar o absurdo. Para fazer com que trafegue essa manipulação de ódios sem que ninguém perceba”, acrescentou Dino. “Quatro ou cinco corporações globais conseguem exercer uma dominação tão extraordinária que ela não é sequer notada”, finalizou.
No sábado (8), o ministro afirmou que foi solicitada a exclusão de centenas de contas em redes sociais que fizeram publicações com hashtags relacionadas a ataques contra escolas. A informação integra um balanço do oitavo dia da Operação Escola Segura, após o ataque que matou quatro crianças e Santa Catarina. Segundo ele, houve:
- Solicitação de exclusão de 270 contas do Twitter.
- Conteúdos e autores de publicações relacionadas a ataques investigados.
- Busca e apreensão de 7 armas.
- Prisão de suspeito.
- Solicitação de remoção de duas contas do TikTok.
O deputado federal André Janones (Avante-MG), por sua vez, afirmou na quinta-feira (6) que quer uma lei contra o fascismo. Ele argumenta que “uma ideologia como o bolsonarismo, que estimula o ódio e idolatra torturadores, não pode ser aceita em uma democracia”. Janones afirmou que está trabalhando em um Projeto de Lei (PL) contra o fascismo.
“Já estou trabalhando em um PL para criminalizar o bolsonarismo no Brasil. Uma ideologia que estimula o ódio e o preconceito e que idolatra torturadores, não pode ser aceita em uma democracia! Se ninguém até aqui teve coragem para enfrentar esse tema, eu tenho! Vamos para cima deles”, disse Janones.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de regulação da internet, afirmou que a lei de serviços digitais aprovada pela União Europeia servirá de “inspiração e resolução de polêmicas” para a regulamentação de plataformas no Brasil. O congressista disse também que o país tem o desafio da aprovação de um projeto que seja global.
“As plataformas não têm apenas o direito de realizar moderação de conteúdo para que a internet seja saudável, mas têm obrigação. Para que assim possamos tê-las como um espaço democrático. Para isso, é preciso cumprir determinadas obrigações que, na minha percepção, são um modelo adequado de moderação de conteúdo essencial”, disse o parlamentar.