Mais de 250 mil pessoas fizeram manifestações no sábado (8) em várias regiões de Israel, em um novo sábado de protestos contra a reforma judicial que o governo Netanyahu tenta impor ao país.
As manifestações de ontem marcam a décima quarta semana consecutiva de protestos contra a polêmica reforma, que busca dar mais poder ao Executivo, ou seja, na prática, tenta submeter o Judiciário ao executivo.
Os protestos ocorreram em cidades do sul e norte do país, enquanto o principal Ato aconteceu em Tel Aviv.
Até o momento, as negociações entre governo e oposição, mediadas pelo presidente Isaac Herzog, não apresentaram avanços significativos após Netanyahu ter sustado a votação no Parlamento sob a forte pressão das ruas, com manifestações gigantes e greve geral, contando ainda com adesão de amplos setores do país, inclusive militares e forças de segurança, além do apoio desde a primeira hora dos juízes, advogados e funcionários do Judiciário.
Os atos repressivos contra os muçulmanos concentrados na mesquita de Jerusalém, uma das mais importantes para a fé islâmica, foram interpretados pelo acadêmico mexicano Adán Miguel Ángel Rodríguez, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), como um ato da estratégia de Netanyahu para tentar unir a comunidade israelense, diante da rejeição sistêmica ao seu atual governo. Neste contexto, milhares de cidadãos do país saíram às ruas para ressaltar o seu repúdio à medida antidemocrática do regime.
Apesar da “estratégia” de Netanyahu de encenar uma situação de guerra para “unir” o país, multidões saíram às ruas contra o projeto antidmocrático, apesar do clima instável criado nesta primeira semana de abril, quando forças policiais atacaram a mesquita de Al Asqa e as Forças Armadas intensificaram suas hostilidades contra o Líbano, a Síria e a Faixa de Gaza.