O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes elaborou uma pauta de reivindicações para serem apresentadas aos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano. Dentre as principais exigências dos trabalhadores está a revogação da Reforma Trabalhista e da terceirização, a rejeição à Reforma da Previdência e o foco no desenvolvimento da indústria nacional.
Miguel Torres, que preside o Sindicato dos Metalúrgicos a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), e é presidente interino da Força Sindical,
Afirma que é necessário que os candidatos progressistas assumam a pauta dos trabalhadores. “O sindicato está aberto a dialogar com os presidenciáveis dispostos a realizar uma política econômica e social a favor dos interesses do povo brasileiro”, disse.
“Estamos abertos aos candidatos que assumam o compromisso de barrar as reformas que o atual governo aprovou e pretende aprovar para beneficiar o grande capital. O povo brasileiro merece um País melhor e governantes comprometidos com a construção de uma Nação mais justa, sem miséria, próspera e soberana”, disse.
O sindicato destacou sua posição contrária “às políticas neoliberais de exclusão social em andamento no país” e defendeu a criação de um “plano nacional de desenvolvimento que garanta a retomada do crescimento econômico, com valorização da indústria nacional, geração de emprego de qualidade, distribuição de renda e garantia dos direitos trabalhistas, sociais e previdenciários da classe trabalhadora”.
Para os metalúrgicos é vital a “não votação da reforma da Previdência que prejudica as aposentadorias públicas”, o fim “do engessamento dos investimentos públicos nas áreas sociais, saúde e educação”, “a redução da taxa de juros” e a “correção da tabela do imposto de renda”.
O sindicato destaca também a importância do fim das privatizações. “Fim das privatizações e da entrega de nossas reservas energéticas, terras próximas a aqüíferos, setores estratégicos e empresas como Eletrobras, Petrobras, Embraer e BNDES”.
A necessidade de uma “renovação da frota de veículos, com indústrias de reciclagem, geração de milhões de empregos na cadeia automotiva e mais qualidade de vida”, também foi pautada pelos trabalhadores metalúrgicos.
Além de ações “contra a sobretaxa dos EUA à importação de aço e alumínio do Brasil”, a “reorganização do mercado de trabalho e valorização do mercado interno”, a “garantia de financiamento às estruturas sindicais”, e pela “liberdade de expressão e de manifestação política e fim da perseguição a líderes sindicais, políticos e dos movimentos sociais”.
DEBATES
Os metalúrgicos paulistas já receberam em sua sede alguns pré-candidatos para debater essas propostas. Entre eles, Ciro Gomes (PDT), Manuela D´Ávila (PCdoB), Vera Lúcia (PSTU) e João Goulart Filho (PPL).
No debate com Ciro, ele disse que o Brasil tem desafios a resolver, dentre eles o endividamento das famílias (60 milhões de brasileiros), “de tantos juros exorbitantes”, das empresas com o sistema financeiro e o colapso das contas públicas. Para resolver este colapso, segundo Ciro, é preciso destruir a força organizada do mundo do trabalho. “O governo não tem compromisso popular, aprovou uma reforma trabalhista que é uma fraude e o sistema tributário é o mais regressivo do mundo”.
Manuela defendeu em sua participação a revogação da reforma trabalhista e disse que é contra a reforma governista da Previdência. “Vivemos um momento de alta do desemprego, com 27 milhões de trabalhadores sub-aproveitados, de aumento da pobreza e de precarização das condições de vida do brasileiro. A reforma trabalhista trouxe uma condição de trabalho análogo à escravidão”, afirmou.
Em sua intervenção, João Goulart Filho (PPL) defendeu a retomada do desenvolvimento nacional, a duplicação do salário mínimo e a criação empregos no país. “O país hoje está com 27 milhões de pessoas sem emprego. Metade desempregada e a outra metade no subemprego. Temos que enfrentar essa situação”, disse.
Vera Lúcia defendeu a reforma agrária, para garantir alimento para todos, a reestatização dos bancos, para garantir os investimentos com juros e créditos mais baixos, a interrupção da remessa de lucro das multinacionais para suas matrizes, e impedir a privatização da Eletrobrás.