O presidente brasileiro passou em revista as tropas e foi recebido por Xi Jinping e todo o governo chinês. Já foram assinados 15 acordos de cooperação entre os dois países envolvendo R$ 50 bilhões nas áreas tecnológica, científica, comercial e no agronegócio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido na manhã desta sexta-feira (14) pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, em Pequim. A recepção foi realizada a céu aberto na praça em frente ao palácio, ao lado da Praça da Paz Celestial.
Após a execução dos hinos nacionais, a banda deu as boas vindas ao presidente brasileiro apresentando a música Novos Tempos, de Ivan Lins, que interpreta bem os novos ares que surgem no Brasil, na China e em todo o mundo. O presidente Lula passou em revista, junto com Xi Jinping, às tropas chinesas e participou da solenidade da homenagem aos heróis do país anfitrião.
Já nesta sexta-feira foram assinados 15 acordos com a China. Esses acordos chegam a R$ 50 bilhões. Veja aqui a íntegra dos projetos já assinados.
Entre os acordos anunciados estão alguns relacionados ao setor de tecnologia, meio ambiente, pesquisa espacial, imprensa e agronegócio. Os governos dos dois países terão um plano de trabalho para a cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal. Também foram anunciados acordos na área tecnológica.
No encontro com o presidente da Assembleia Popular da China, Zhao Leji, Lula falou sobre a importância de sua visita à China. “Os nossos interesses na relação com a China não são apenas comerciais. Temos interesse científico, tecnológico, cultural, político e nós temos interesse em construir uma nova geopolítica para que a gente possa mudar a governança mundial dando mais representatividade às Nações Unidas”, disse Lula.
“É importante dizer que a China tem sido um parceiro preferencial do Brasil nas suas relações comerciais. É com o país asiático que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior. É com a China que nós temos a maior balança comercial e é junto com a China que nós temos tentado equilibrar a geopolítica mundial discutindo os temas mais importantes”, falou Lula.
“Há espaço para iniciativas conjuntas em biocombustíveis e hidrogênio verde. Também queremos redobrar esforços em ciência, tecnologia e inovação”, declarou o presidente.
“É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior. É com a China que nós tivemos a nossa maior balança comercial, e é junto com a China que nós temos tentado equilibrar a geopolítica mundial, discutindo os temas mais importantes”, prosseguiu Lula.
“Gostaria que ela fosse também um grande motor da reindustrialização do Brasil, em bases sustentáveis. Há espaço para iniciativas conjuntas em biocombustíveis e hidrogênio verde, por exemplo. Também queremos redobrar esforços em ciência, tecnologia e inovação, desenvolvendo aplicações práticas a partir das fronteiras do conhecimento científico”, acrescentou.
O presidente da China, Xi Jinping, por sua vez, afirmou ao presidente Lula que seu país colocou as relações sino-Brasil como “prioridade diplomática”.
A informação foi publicada pela mídia estatal chinesa. Xi Jinping também declarou a Lula que os dois países “devem aprofundar a cooperação prática, aprofundar o potencial de cooperação em setores incluindo agricultura, energia, infraestrutura e construção”.
Ainda de acordo com relatos da mídia do país asiático, os presidentes “concordaram que o diálogo e as negociações são a única saída viável para crise na Ucrânia”.
“Quando visitei Pequim pela primeira vez, em 2004 (durante seu primeiro mandato presidencial 2003-2006), poucos analistas vislumbravam que a parceria sino-brasileira assumiria a relevância que possui hoje. Desde então, nosso comércio cresceu 16 vezes e a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil. Para além das relações econômicas, nosso relacionamento adensou-se politicamente, à medida que estreitamos nossa coordenação em instâncias como o BRICS”, recordou Lula.
“A minha visita à China neste instante é de reconhecimento dessa parceria e para que a gente possa aumentar, ainda, a nossa parceria. A minha viagem, neste momento, é uma viagem em busca de aumentar aquilo que nós temos de bom”, disse.
Está prevista para hoje, ainda, uma reunião entre os dois presidentes, uma sessão de fotos e um jantar oficial oferecido pelo governo chinês. Durante a reunião, Lula e Xi Jinping devem anunciar outras parcerias entre os dois países.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2022, importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a 1ª visita de Lula ao país, em 2004.