Os trabalhadores do setor elétrico realizaram nesta terça-feira, 17, em todo o país, o Dia Nacional de Luta contra a Privatização do Sistema Eletrobrás, com atos de protesto no Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima, cujas distribuidoras estão sob risco de serem vendidas.
Após forte mobilização da categoria, uma medida cautelar foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, impedindo qualquer privatização de estatais sem que antes seja autorizada pelo Congresso Nacional.
A saída foi ir vendendo aos poucos – e por preços simbólicos. Temer busca leiloar as seis distribuidoras de energia das regiões Norte e Nordeste, por nada menos do que R$ 50 mil cada uma, além de assumir uma dívida de R$ 11 bilhões.
O leilão estava previsto para 26 de julho; o que motivou a paralisação dos trabalhadores. A Justiça Federal do Rio de Janeiro chegou a suspender o leilão das seis distribuidoras, mas já nesta terça a limiar que proibia o leilão foi suspensa pelo desembargador federal André Fontes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Com isso, o governo manteve para o 26 o leilão da Cepisa (Companhia Elétrica do Piauí). Em resposta, os funcionários marcaram nova greve para os dias 25 e 26 de julho.
Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, Ikaro, que é diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU/DF), explica as conseqüências para a população: “a maioria das distribuidoras já foi privatizada. E nós vivemos situações extremamente graves em alguns desses estados: aumento na conta de luz, piora na qualidade dos serviços; e em muitos estados, como por exemplo, o Mato Grosso, o campeão de reclamações no Procon é justamente a distribuidora. Aqui no estado de Goiás, onde foi feita a privatização há pouco mais de um ano, todos os índices de qualidade da antiga Celg, que foi privatizada para um grupo italiano, caíram: o tempo para o religamento, quando existe desligamento da rede, aumentou muito, e a tarifa aumentou 17% de uma vez só”, afirmou.