“A China será a primeira economia do mundo e não faz guerra”, destacou Lula, em viagem à Espanha. Ele quer que o Banco do Brics seja maior do que o Banco Mundial e reafirmou que não haverá mais privatizações no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (26),na Espanha, que o Brasil quer “que o Banco do Brics se transforme num grande banco de investimento. Se for possível, maior que o Banco Mundial”. O Banco foi formado pelos governos da China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul e, atualmente, é dirigido pela ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff.
Lula elogiou também o crescimento da China ao afirmar que já é o segundo país do mundo e destacou que a política externa do gigante asiático é de paz e cooperação. “A China será a primeira economia do mundo, com uma diferença. Ela não faz guerra”, destacou Lula.
Ele relembrou o caminho trilhado pela China para alavancar seu desenvolvimento. “Eu quando vejo alguns países preocupados com o crescimento da China fico me perguntando se a gente está lembrado do discurso que era feito nos anos 80, depois do famoso Consenso de Washington, depois que se criou a ideia de que o mundo não teria mais problemas se fosse globalizado.
“Tinha um discurso feito há 43 anos, a globalização era a saída para a humanidade. E por conta disso, todas as megaempresas americanas foram investir na China. Para desenvolver a China? Não. Para utilizar a mão de obra barata que a China oferecia naquele instante”, observou Lula.
“O que aconteceu com os chineses? Souberam tirar proveito do investimento. Não sei qual foi o milagre que eles fizeram, mas o dado concreto é que quando o Trump foi candidato e começou a dizer que era preciso tirar as empresas da China para as empresas voltarem para os Estados Unidos já era tarde”, prosseguiu o presidente.
Lula conclamou o mundo a estimular mais a cooperação. Disse que os empresários do Brasil devem investir na Espanha e os empresários espanhóis que, segundo ele, representam o segundo maior investidor no Brasil, devem investir no Brasil. Mas, Lula destacou que seu governo não vai mais privatizar empresas públicas. “Nós não vamos mais privatizar nossas empresas e nosso patrimônio público para pagar juros da dívida. Nós queremos parcerias para construir coisas novas”, sentenciou.