
Juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019, o Congresso Nacional aprovou, há uma semana, que o salário mínimo sofrerá reajuste real de apenas 0,44% e continuará sem ultrapassar R$ 1.000, negando a previsão de Temer (PMDB) feita no início do ano. O texto agora segue para a sanção do presidente.
De 2017 para 2018, o salário mínimo foi reajustado em míseros 1,81% frente a uma inflação de 2,07%, como calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Na prática, os salários foram rebaixados 0,26% ou R$ 28,75 no decorrer do ano.
Em abril deste ano, o governo Temer propôs que o reajuste fosse de 1,39% real, a partir do qual, trabalhando com uma previsão de inflação de 3,64%, o salário mínimo atingiria R$ 1.002. Tratava-se apenas de mais uma de suas mentiras. A previsão de inflação foi para 4,17% e o reajuste nominal foi para 4,6%, ou seja, o reajuste real será de 0,44% e o salário mínimo passará a ser R$ 998,00. Da maneira mais insensível possível, sem mostrar um pingo sequer de preocupação para a situação na qual o povo brasileiro se encontra, Temer argumentou que a redução de R$ 4 entre o valor previsto e o que foi aprovado é positiva pois resultará em R$ 13,4 bilhões que “não sairão dos cofres públicos”.
Diante de um cenário eleitoral tão complexo e incerto, porém próximo, o tema deverá ser tema de debate entre os candidatos à presidência. Entre eles, Ciro Gomes e João Goulart Filho já manifestaram a intenção de subir o valor real do salário mínimo por entender que este é a base na qual deve se sustentar o mercado interno. João carrega consigo a proposta de aumentá-lo gradualmente, com o passar dos quatro anos de gestão, em 100%, isto é, dobrá-lo. Seu pai, o ex-presidente Jango, enquanto ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, em 1954, fez o mesmo.