Os trabalhadores metalúrgicos de montadoras e de outros setores realizaram protestos na porta das fábricas, nesta terça-feira (2), contra a alta da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%. As manifestações foram realizadas em Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Os atos ocorreram durante o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por decidir o valor da taxa Selic.
“Juros altos impedem o crescimento produtivo e industrial do país, travam a economia e prejudicam a geração de novos postos de trabalho”, afirma o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
No Paraná, cerca de 12 mil trabalhadores metalúrgicos da Grande Curitiba organizaram protestos nas entradas de turno da Renault, Volkswagen, Volvo, Bosch, CNH, WHB e demais empresas da categoria.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, também afirmou que os “juros altos têm atrapalhado as vendas, atrasado investimentos e travado o país, o que prejudica a geração e manutenção dos empregos. Além da redução dos juros, também precisamos de medidas que recuperem a renda e deem poder de compra aos trabalhadores para que possamos movimentar a economia”.
“Esses atos de hoje também têm o intuito de aproximar os trabalhadores da luta pela redução dos juros. Do jeito que está, perde o trabalhador e também a indústria, principalmente a pequena indústria”, completou Butka.
Além da crítica aos juros e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo governo Bolsonaro para o cargo, os atos de hoje defendem a política de valorização do salário mínimo, que será retomada pelo atual governo.
Os metalúrgicos defenderam a proposta anunciada por Lula durante os atos do 1º de Maio, em São Paulo, de garantir a isenção do Imposto de Renda da participação nos lucros ou resultados (PLR). O presidente disse que o governo vai estudar o tema a pedido das centrais sindicais.
Também aconteceram protestos na porta da General Motors, em Gravataí (RS), da Caoa, em Anápolis (GO), da General Motors, em São Caetano do Sul (SP), da Mitsubishi, em Catalão (GO) e da Mausa, em Piracicaba (SP).