A Polícia Federal está investigando o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, por lavagem de dinheiro após encontrar em sua casa R$ 191 mil divididos entre dólares e reais.
Cid está preso desde quarta-feira (3) por ter participado de um grupo criminoso que fraudava cartões de vacinação contra Covid-19, como o de Jair Bolsonaro e familiares.
Quando encontrou US$ 35 mil e R$ 16 mil guardados em espécie na casa de Cid, a PF abriu uma nova linha investigativa, desta vez por lavagem de dinheiro.
Os pacotes com as notas estavam com a marca BB Américas, que é a subsidiária do Banco do Brasil no exterior, o que levou os investigadores a descobrirem que Mauro Cid mantém uma conta nos Estados Unidos.
A PF está buscando a quebra do sigilo desta conta para apurar as transações internacionais que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fazia.
No dia 26 de março, Mauro Cid viajou de Campinas (SP) para Fort Lauderdale, na região de Miami, nos Estados Unidos.
Dois dias depois, voltou.
No dia seguinte, Jair Bolsonaro também voltou para o Brasil depois de mais de dois meses nos Estados Unidos.
A PF avalia que Mauro Cid pode ter trazido os US$ 35 mil dessa curta viagem que fez para os Estados Unidos. Os agentes estão apurando se ele declarou a entrada desse dinheiro no país.
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Mauro Cid e outras cinco pessoas próximas a Jair Bolsonaro foram presas em uma operação, realizada pela PF na quarta-feira (3), que investiga o grupo por ter inserido dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para conseguir carteiras de vacinação fraudadas.
Cid usou a estrutura do Palácio do Planalto e seu próprio celular para emitir o certificado de vacinação contra Covid-19 de Jair Bolsonaro, que diz não ter se vacinado.
Além de Jair, foram adulterados os dados de Laura Bolsonaro, filha mais nova do ex-presidente, e familiares de Mauro Cid.
Tanto Jair Bolsonaro e sua filha, quanto as três filhas de Mauro Cid, teriam se vacinado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, segundo os dados que foram inseridos no sistema da Saúde.
No entanto, nenhum deles realmente estava na região nas datas em que constam como aplicadas as vacinas.