O governo Tarcísio Freitas (Republicanos) autorizou o aumento de 9,56% nas contas de água cobradas em São Paulo. O aumento abusivo para os consumidores que são atendidos pela estatal Sabesp passou a valer a partir desta quarta-feira (10).
Com o reajuste, as tarifas na região metropolitana de São Paulo, para o consumo de até 10 m³ de água, passam de:
- R$ 20,42 para R$ 22,38, na categoria residencial social;
- R$ 65,44 para R$ 71,70, na categoria residencial normal;
- R$ 131,40 para R$ 143,96, nas categorias comercial, industrial e pública.
AUMENTO ABUSIVO
O reajuste foi autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). Segundo o governo, o aumento, que é muito superior à recomposição inflacionária, é justificado para garantir a saúde financeira da empresa.
Acontece que a Sabesp, principal empresa de saneamento do país, é lucrativa e vai muito bem, obrigado, a sua “saúde financeira”.
Em 2022, a Sabesp obteve lucro de R$ 3,12 bilhões, um resultado 35,4% superior aos R$ 2,3 bilhões registrados no ano anterior.
A Companhia investiu R$ 5,4 bilhões em 2022, sendo R$ 2,16 bilhões em água e R$ 3,22 bilhões em esgoto. A receita operacional líquida cresceu 13,2%, passando a R$ 22 bilhões.
Já o volume faturado de água e esgoto teve alta de 0,9%. Em 2022, a população abastecida com água distribuída pela Sabesp atingiu 28 milhões e a atendida com coleta de esgoto passou para 24,7 milhões, alta de 0,7% e 0,4% respectivamente. A Companhia atende 375 dos 645 municípios paulistas.
PRIVATISTA
Ocorre que Tarcísio não possui nenhuma intenção de garantir a “saúde financeira” da Sabesp e, muito menos, utilizar esses recursos para garantir a melhoria do serviço à população ou reajustar os salários dos servidores.
O único plano do governador paulista é o da entrega da estatal para a iniciativa privada. Muito além de uma promessa de campanha, a venda do controle da estatal paulista tornou-se uma verdadeira obsessão do aliado de Bolsonaro.
Assim, pode-se concluir que os reais objetivos do aumento abusivo são os de tornar a Sabesp “mais atrativa” para os especuladores, garantindo maior lucro a possíveis compradores e criando um sentimento antiestatal nos paulistas contra a empresa.
Ao que parece, o governador que, no governo Bolsonaro, ficou conhecido por ser o ministro dos Transportes que não entregou um único quilômetro de estrada pavimentada, deseja trilhar o mesmo caminho com o patrimônio do povo de São Paulo.